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'Fake news': Deputados britânicos acusam Facebook de agir como "bandidos digitais"

18 de fevereiro de 2019 às 10:50

"É precisa uma mudança radical no equilíbrio de poder entre essas plataformas e as pessoas", defendeu deputado.

O Governo britânico deve impor uma regulamentação mais forte sobre as redes sociais, especialmente oFacebook, para evitar que divulguem informação falsa e atuem como "bandidos digitais", defende um relatório de uma comissão parlamentar publicado hoje.

"É precisa uma mudança radical no equilíbrio de poder entre essas plataformas e as pessoas. A era de autorregulação inadequada deve acabar", defendeu Damian Collins, presidente da Comissão parlamentar para o Digital, Cultura, Comunicação Social e Desporto.

Para este deputado do partido Conservador, os direitos dos cidadãos devem estar estabelecidos numa lei que obrigue as empresas de tecnologia a cumprir um código de conduta fiscalizado por um regulador independente.

"Empresas como o Facebook não devem poder comportar-se como 'bandidos digitais' no mundo da Internet, considerando-se acima e fora da lei", vinca o relatório com mais de 100 páginas.

O Facebook é um dos principais alvos da investigação conduzida ao longo de mais de um ano por esta comissão parlamentar sobre o fenómeno das 'fake news' e o impacto nas recentes eleições no Reino Unido, incluindo o referendo sobre o 'Brexit' em junho de 2016.

Nas conclusões, pedem ao governo britânico que realize uma "investigação independente" sobre a "influência estrangeira", em particular a russa, a desinformação durante o referendo sobre o 'Brexit', mas também durante as eleições parlamentares de 2017 e o referendo sobre a independência da Escócia em 2014.

"A democracia está em risco devido ataque malicioso e implacável aos cidadãos com desinformação e 'anúncios obscuros' personalizados de fontes não identificáveis, transmitidos através das principais plataformas de redes social que usamos todos os dias", concluiu o relatório.

O Facebook está envolvido em vários casos relacionados com as chamadas 'fake news', nomeadamente a alegada interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016, o uso não autorizado de dados pessoais de utilizadores pela consultora política Cambridge Analytica e a violação de segurança que levou à invasão de milhões de contas.

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