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EUA e Ucrânia assinam acordo para exploração de terras raras

Débora Calheiros Lourenço , Gabriela Ângelo 30 de abril de 2025 às 22:51

Durante a manhã, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, declarou que o acordo seria assinado nas próximas 24 horas.

Os Estados Unidos e a Ucrânia terão assinado esta quarta-feira um acordo para a exploração de terras e minerais raros, anunciou o Departamento do Tesouro norte-americano.

REUTERS/Shannon Stapleton/File Photo

"Em reconhecimento do significativo apoio financeiro e material que o povo dos Estados Unidos forneceu à Ucrânia desde a invasão da Rússia, esta parceria económica posiciona os nossos dois países para colaborar e investir em conjunto para garantir que os nossos ativos, talentos e capacidades possam acelerar a reconstrução económica da Ucrânia", refere o Departamento em comunicado.

Segundo a agência AP, os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas. A Ucrânia detém ainda lítio, grafite e manganês, que são utilizados nas baterias de veículos elétricos.

O acordo pretende criar um "fundo de investimento para a reconstrução". Num vídeo publicado no X, o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, adiantou que "esta parceria permite aos Estados Unidos investir em conjunto com a Ucrânia, desbloquear os ativos de crescimento da Ucrânia, mobilizar talentos, capital e padrões de governação americanos que irão melhorar o clima de investimento da Ucrânia e acelerar a recuperação económica do país".

Também a ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, confirmou à Associated Press que o acordo já foi assinado em Washington e nas suas redes sociais referiu que Kiev está a trabalhar com os Estados Unidos por um "Fundo que atrairá investimento global para o país".
"O documento na sua forma atual é uma garantia de sucesso para ambos os países", referiu antes de garantiu que a Ucrânia mantém "a propriedade e o controlo totais" dos seus recursos naturais.

Washington forneceu ajuda militar à Ucrânia no valor de dezenas de milhões de dólares desde que o país foi invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. Essa ajuda foi oferecida durante a presidência de Joe Biden mas desde que Donald Trump chegou à Casa Branca que tem referido que é necessário um acordo para que a Ucrânia devolva agora "os esforços" que lhe foram cedidos em apoio militar, este tema foi até um dos principais centros de tensão entre Washington e Kiev nos últimos meses.

"Concluímos um acordo que garante o nosso dinheiro e nos permite começar a escavar e a fazer o que precisamos de fazer", referiu o presidente norte-america sublinhando que "também é bom para eles porque haverá uma presença norte-americana" na Ucrânia.

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