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Estremadura vai a eleições e testa o governo espanhol mergulhado em escândalos

Débora Calheiros Lourenço 21 de dezembro de 2025 às 12:01

Estas eleições são especialmente importantes porque a Estremadura foi, durante muitos anos, um importante bastião do PSOE, mas desde 2023 encontra-se nas mãos do Partido Popular.

Pedro Sánchez enfrenta, este domingo, um teste crucial nas eleições na Estremadura, as primeiras desde que uma série de alegações de corrupção e assédio sexual se abateram sobre o seu círculo íntimo, o seu partido e o seu governo de coligação.  
Pedro Sánchez enfrenta teste eleitoral na Estremadura em meio a escândalos Europa Press via AP
Estas eleições são especialmente importantes porque a Estremadura foi, durante muitos anos, um importante bastião do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), mas atualmente encontra-se nas mãos do Partido Popular desde 2023, altura em que os conservadores conseguiram formar um governo de coligação com o apoio do Vox, partido de extrema-direita.   As eleições antecipadas deste domingo foram convocadas há dois meses pela presidente regional María Guardiola, depois de o PSOE e o Vox terem votado contra o orçamento para o próximo ano e apesar de se tratar de eleições regionais os resultados são importantes para todo o país, e especialmente para Pedro Sanchéz. Políticos, comentadores e especialistas vão analisar minuciosamente a votação determinar a extensão dos danos que as acusações das últimas semanas e meses tiveram na popularidade do PSOE.   Exemplo disso é que o candidato socialista, Miguel Ángel Gallardo, está a ser jugado por tráfico de influência e abuso de poder depois de ser alvo de alegações de que teria ajudado a criar um cargo para o irmão do primeiro-ministro, David Sánchez, há oito anos. O julgamento teve origem numa denúncia feita pelo Manos Limpias (Mãos Limpas), um sindicato autodenominado com ligações à extrema-direita e um longo histórico de processos contra aqueles que considera prejudiciais aos interesses de Espanha. Tanto Miguel Ángel Gallardo quanto David Sánchez têm negado quaisquer irregularidades.  Apesar de este ser um caso que afeta especialmente o partido na Estremadura não é sequer o caso mais próximo do primeiro-ministro Pedro Sanchéz uma vez que a sua esposa, Begoña Gómez, foi acusada de utilizar a sua influência para garantir patrocínios para um mestrado universitário que coordenava e de utilizar fundos públicos para pagar à sua assistente para questões pessoais. Begoña Gómez também nega qualquer irregularidade, e a investigação também surgiu depois de uma denúncia do Manos Limpias.   Em junho Sánchez pediu ao seu braço direito, Santos Cerdán, renunciasse ao cargo de secretário de organização do PSOE depois do Supremo Tribunal ter encontrado “provas concretas” do possível envolvimento de Cerdán num esquema em que recebia propinas de contratos públicos ligados com a aquisição de equipamentos sanitários durante a pandemia.  Nas últimas semanas o PSOE foi também acusado de não ter combatido o assédio sexual praticado por membros seniores do partido. Estas são acusações particularmente graves uma vez que desde que chegou ao Palácio Moncloa, há sete anos, que tem afirmado que o partido está “inequivocamente comprometido com a igualdade”.   O Partido Popular também está expectante com estas eleições e o seu líder Alberto Núñez Feijóo afirmou que espera que desencadeiem um “efeito dominó” que derrube Sánchez e resgate Espanha do que considera ser um “pântano de corrupção, sexismo e extorsão”. Ainda assim nenhuma das sondagens aponta para que o PP consiga formar governo sem o apoio do Vox.  
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