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Especialista em Parkinson visitou a Casa Branca oito vezes em oito meses

Luana Augusto 08 de julho de 2024 às 21:20

Registos da Casa Branca, obtidos pelo The New York Times, revelam que o neurologista Kevin Cannard visitou a residência oficial do presidente entre 28 julho de 2023 e março de 2024.

Um especialista em Parkinson do Centro Nacional Médico Militar Walter Reed visitou a Casa Branca oito vezes em oito meses, revelam registos oficiais obtidos pelo jornal norte-americanoThe New York Times. Uma das visitas terá servido para se reunir com o médico do presidente.

REUTERS/Nathan Howard

Os registos, que não deixam claro o motivo pelo qual o médico Kevin Cannard se dirigiu à Casa Branca, documentam visitas do neurologista, especializado em distúrbios do movimento, entre 28 de julho de 2023 e março de 2024. AoThe New York Times, a residência oficial do presidente também não fez questão de especificar o propósito destas visitas.
 
"Uma grande variedade de especialistas do sistema Walter Reed visita o complexo da Casa Branca para tratar os milhares de militares que trabalham no local", respondeu o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, em comunicado. 

Joe Biden "é consultado por um neurologista uma vez por ano" como parte do seu exame físico anual geral e "esse exame não encontrou nenhum sinal de Parkinson e ele não está a ser tratado para isso", acrescentou.  

O porta-voz ter-se-á ainda recusado a fornecer as datas das reuniões entre o presidente e um dos seus especialistas: "Não houve consultas com neurologistas além daquela para o seu exame físico por ano. Três no total", garantiu. 

Segundo relata oThe New York Times, Cannard ter-se-á reunido com o médico Kevin O’Connor, médico da Casa Branca, bem como com o médico John Atwood, cardiologista do Walter Reed, e uma outra pessoa, a 17 de janeiro, e essa reunião terá ocorrido um mês antes de Biden ter sido submetido ao mais recente "exame físico anual", de 28 de fevereiro. 

Numa carta de seis páginas, divulgada após o exame, O’Connor revelou que a equipa médica do presidente realizou "um exame neurológico extremamente detalhado", que não produziu "nenhuma descoberta que fosse compatível com" a doença de Parkinson, acidentes vasculares cerebrais ou outros distúrbios neurológicos centrais". Só não terá informado se o exame incluiu testes para avaliar o declínio cognitivo do presidente, ou se detetava sinais de demência, frequentemente recomendados para adultos mais velhos. 

As visitas mais recentes, caso tenham ocorrido, não poderão ser divulgadas, pelo menos por enquanto – assim o manda a política de divulgação voluntária da Casa Branca. Só mais tarde é que estes dados poderão ser conhecidos. 

A saúde de Joe Biden, mais especificamente as questões relacionadas com uma possível demência, têm preocupado vários democratas, e não só, enquanto o presidente tenta uma reeleição em novembro. Houve neurologistas, que não examinaram pessoalmente Joe Biden, que disseram ter observado sintomas de Parkinson durante as suas aparições públicas, apesar de estas serem negadas pelo próprio.

Numa entrevista à ABC News, na sexta-feira, Joe Biden confessou que o seu desempenho desastroso no debate contra Donald Trump, a 27 de junho, se deveu a uma constipação. Além disso, justificou também o seu fraco poder argumentativo com a pressão causada pelos deveres presidenciais.

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