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Duas pessoas morrem em ataque a igreja durante missa transmitida em direto na Nigéria

Lusa 19 de novembro de 2025 às 22:47

Ataque ocorre poucos dias depois do rapto de 25 alunas por homens armados.

Duas pessoas morreram na terça-feira à noite num ataque de homens armados contra uma igreja no oeste da Nigéria, durante uma missa transmitida em direto, incidente que provocou indignação nas redes sociais.
Ataque a igreja na Nigéria faz vítimas mortais e agrava crise no país AP Photo/Adamu Adamu Damaturu
O ataque ocorre poucos dias depois do rapto de 25 alunas por homens armados no colégio interno Government Girls Comprehensive Secondary School, na cidade de Maga, no Estado de Kebbi (noroeste). Uma das meninas conseguiu escapar, de acordo com as autoridades citadas pela agência France-Presse (AFP). O ataque à igreja ocorreu pelas 18h00 (hora local) de terça-feira, quando vários homens armados invadiram a pequena igreja de Eruku, situada no Estado de Kwara, interrompendo os fiéis que tinham ido rezar. A ofensiva foi filmada por uma câmara da igreja que estava a gravar o culto e o vídeo gerou indignação nas redes sociais, onde foi partilhado. "Os polícias, em conjunto com os seguranças, responderam rapidamente aos disparos vindos dos arredores da cidade, o que obrigou os autores a fugir para o mato", explicou a polícia do Estado de Kwara, em comunicado. "Após uma busca minuciosa na área, um homem, Aderemi, foi encontrado mortalmente ferido por tiros dentro da Igreja Apostólica de Cristo em Oke Isegun, enquanto outro homem, Tunde Asaba Ajayi, também morto a tiro, foi encontrado no mato", acrescentou a polícia. Um terceiro homem foi ferido por tiros e levado para o hospital, ainda segundo a polícia. O governador do Estado de Kwara, AbdulRahman AbdulRazaq, "solicitou o envio urgente de reforços de segurança adicionais", de acordo com um comunicado divulgado hoje. Michael Agbabiaka, de 62 anos, secretário da igreja em Eruku, reportou além dos três mortos e um ferido, 35 pessoas raptadas pelos atacantes. O ataque à igreja e o rapto na escola feminina ocorrem num momento em que o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou avançar com uma intervenção militar na Nigéria, devido a alegações de que os cristãos do país estão a ser massacrados. Esta retórica está a ser promovida em Washington por políticos conservadores e grupos de defesa dos direitos dos cristãos. Abuja nega estas alegações, mas afirma estar em negociações com o governo dos EUA sobre a cooperação em matéria de segurança. As forças de segurança nigerianas foram colocadas em alerta máximo após os recentes perpetrados por 'jihadistas' e gangues criminosos. O ministro da Informação nigeriano, Mohammed Idris, condenou estes raptos, bem como o ataque contra uma igreja. Após estes acontecimentos, "o Presidente (Bola) Tinubu colocou as forças de segurança do nosso país em alerta máximo", anunciou o ministro, denunciando "os atos de violência perpetrados pelos inimigos da nação nigeriana, incluindo terroristas, bandidos e outros criminosos". Os ataques aumentaram em Kwara, particularmente os raptos para resgate, o que levou o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, a ordenar o envio de militares em outubro para as florestas do estado, onde os gangues estabelecem acampamentos e se escondem. Poucas horas antes do ataque à igreja, o Presidente Tinubu tinha confirmado a morte do general Musa Uba, que foi ferido numa emboscada no Estado de Borno por 'jihadistas' do Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), sendo posteriormente capturado e morto pelos mesmos. Na Nigéria, o país mais populoso de África, dividido entre um norte predominantemente muçulmano e um sul maioritariamente cristão, os ataques a locais de culto são comuns, não por motivos religiosos, mas porque gangues armados saqueiam as propriedades dos fiéis.
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