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Dinamarca arquiva investigação sobre explosões no Nord Stream

Andreia Antunes 26 de fevereiro de 2024 às 15:48

Sete meses após a invasão russa à Ucrânia, em 2022, os gasodutos Nord Stream, que transportam gás sob o Mar Báltico, ficaram danificados por uma série de explosões nas zonas econónicas da Suécia e da Dinamarca.

A Dinamarca arquivou a investigação sobre as explosões que ocorreram em 2022 nos gasodutos de Nord Stream, que transportavam gás russo para a Alemanha, informou a polícia esta segunda-feira, tendo-se tornado na segunda nação a fechar as investigações após a Suécia.

Danish Defence Command/Forsvaret Ritzau Scanpix/via REUTERS

"A investigação levou as autoridades a concluir que houve uma sabotagem deliberada dos gasodutos", disse a polícia dinamarquesa em comunicado. "No entanto, a avaliação é de que não há motivos suficientes para prosseguir com um processo criminal na Dinamarca."

A Suécia abandonou as suas investigações referentes às explosões no início de fevereiro, alegando não ter jurisdição sobre o caso, tendo entregado as provas descobertas aos investigadores alemães. O governo alemão afirmou que continua "muito interessado" em concluir o caso das explosões que romperam os gasodutos Nord Stream.

Já no ano passado, a Alemanha disse ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que tinha encontrado vestígios de explosivos submarinos num iate que poderia ter sido utilizado para transportar explosivos e que mergulhadores treinados poderiam ter ligado explosivos aos oleodutos.

Em setembro de 2022, sete meses após a invasão russa à Ucrânia, os gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportavam gás sob o Mar Báltico, foram danificados por uma série de explosões nas zonas económicas da Suécia e Dinamarca, tendo ainda libertado grandes quantidades de metano.

As autoridades dinamarquesas afirmaram que têm estado a cooperar com parceiros estrangeiros relevantes e que a investigação que conduziram foi "complexa e abrangente". Tendo concluído que os oleodutos foram atingidos por fortes explosões e os investigadores suecos confirmaram que os vestígios de explosivos encontrados no local demonstravam de forma conclusiva que tinha sido sabotagem.

A Rússia e o Ocidente, em desacordo com a invasão à Ucrânia, tem vindo acusar-se mutuamente sobre o envolvimento nas explosões, sendo que nenhuma das partes assumiu responsabilidade sobre o assunto.

Autoridades ocidentais afirmaram que navios da marinha russa estavam na área na altura das explosões. Já outros afirmaram não existirem provas concretas que implicassem Moscovo, que considerou "absurda" a sugestão de que estaria por detrás dos ataques.

O governo de Putin classificou a situação relativa às investigações de "quase absurda". "Por um lado, reconhece-se a existência de uma sabotagem deliberada, por outro lado, não se registam mais progressos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que a Dinamarca tinha recusado pedidos de informação sobre a sua investigação.

A Rússia chegou a culpar os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Ucrânia pelas explosões, que cortaram em grande parte o acesso do gás russo ao lucrativo mercado europeu. Todos estes países negaram o seu envolvimento.

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