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Covid-19. Bolsonaro apostou "caixa de uísque" em como tinha mais anticorpos que Boris Johnson

Lusa 24 de setembro de 2021 às 08:27

Presidente brasileiro, que não se vacinou contra a covid-19, quis apostar durante a Assembleia Geral da ONU que tinha mais anticorpos do que o primeiro-ministro britânico que, por sua vez, recebeu as duas doses do imunizante da AstraZeneca e também esteve infetado. Boris recusou a aposta.

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, revelou na quinta-feira que tentou "apostar uma caixa de uísque" com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alegando ter mais anticorpos para a covid-19 do que o britânico.

Jair Bolsonaro e Boris Johnson Reuters

A sugestão de aposta decorreu durante um encontro entre Bolsonaro e Johnson, na segunda-feira, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA).

Bolsonaro, que não se vacinou contra a covid-19, queria apostar que tinha mais anticorpos do que o primeiro-ministro, que, por sua vez, recebeu as duas doses do imunizante da AstraZeneca.

No entanto, a aposta foi rejeita por Boris Johnson, segundo informou Bolsonaro na sua habitual transmissão em direto na rede social Facebook.

"Ele [Boris Johnson] perguntou se eu tinha tomado a vacina e eu falei que não, mas que o meu IGG [anticorpos] estava em 991. Eu falei ‘vamos apostar uma caixa de uísque em como o meu IGG está melhor que o seu?’, ele sorriu e não quis", contou o mandatário brasileiro

Ainda sobre o encontro que teve esta semana com primeiro-ministro, Bolsonaro revelou que Johnson lhe pediu para "facilitar a entrada" de uísque do Reino Unido no Brasil.

Bolsonaro disse ainda que recebeu de Johnson a proposta de um acordo de emergência de importação de mantimentos que estariam em falta em Inglaterra, acrescentando que transferiu essa questão para a ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina.

"Ele quer um acordo de emergência connosco para importar algum tipo de mantimento nosso que está em falta na Inglaterra. Então, a inflação veio para todo mundo depois do ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’, e alguns países estão com falta de alimentos. Essa 'batata' eu já passei lá para a dona Tereza Cristina", afirmou, referindo-se à ministra da Agricultura, sem mencionar qual o produto a que Johnson se referia.

Bolsonaro realizou a sua transmissão no Facebook no Palácio do Planalto, a sua residência oficial em Brasília, onde se encontra isolado após ter estado em contacto com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que testou positivo à covid-19 na terça-feira, durante a viagem aos Estados Unidos.

O líder da extrema-direita brasileira aproveitou a infeção do ministro, que já havia recebido as duas doses da vacina, para voltar a semear dúvidas sobre a eficácia das máscaras e dos imunizantes, mais concretamente da Coronavac, antídoto da chinesa Sinovac.

"O ministro tomou as duas doses da Coronavac e está infetado. Vivia com a máscara e está infetado. Você pode atrasar, mas dificilmente você vai evitar" a infeção, apontou, mantendo a mesma linha negacionista que adotou desde o início da pandemia.

O mandatário avaliou que "falta um comandante no Brasil" que "faça valer a sua autoridade" em temas como a pandemia do novo coronavírus, criticando a decisão do Ministério da Saúde de recomendar novamente a vacinação de adolescentes.

"Se eu não falo com o Ministério da Saúde, sou omisso. Se falo, estou a interferir. O que interessa mesmo? Falta um comandante no Brasil. Eu queria ser esse comandante. Queria ter força para decidir", declarou Bolsonaro face à decisão do Supremo Tribunal, de dar autonomia a estados e municípios para decidirem sobre a gestão da pandemia.

Ainda ao criticar a vacinação de adolescentes, o Presidente revelou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi vacinada contra a covid-19, ao contrário do mandatário, que garante que não o fará até que o "último" brasileiro seja imunizado.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 592.964 óbitos e 21,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus.

A covid-19 provocou pelo menos 4.715.909 mortes em todo o mundo, entre mais de 230 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

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