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COP31 vai realizar-se na Turquia sob presidência da Austrália

Lusa 21 de novembro de 2025 às 11:39

Os dois países acordaram uma organização conjunta: a Turquia acolherá o evento e a Austrália organizará a agenda.

A 31ª Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP31) vai realizar-se na Turquia, sob presidência da Austrália, anunciou na quarta-feira o ministro das Alterações Climáticas e Energia australiano, Chris Bowen.
Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas, COP30, em Belém, de 10 a 21 de novembro de 2025 AP Photo/Eraldo Peres
Após dias de negociações, os dois países que disputavam a sede da conferência do próximo ano acordaram uma organização conjunta: a Turquia acolherá o evento e a Austrália organizará a agenda e liderará as negociações até à realização da cimeira, segundo a agência noticiosa espanhola EFE. Em conferência de imprensa, Bowen explicou o acordo com a necessidade de não deixar a cimeira do clima "sem liderança durante 12 meses", o que aconteceria caso as negociações falhassem dado as regras das COP exigirem um consenso para designar os países anfitriões. "Seria irresponsável para o multilateralismo num contexto tão difícil. E não queríamos que isso acontecesse. Por isso, era importante chegar a um acordo com a Turquia, a nossa concorrente", acrescentou. A decisão desagradou às ilhas do Pacífico, depois de a Austrália ter promovido a sua candidatura como uma "COP do Pacífico", em aliança com nações insulares, para destacar a ameaça representada pela subida do nível do mar e dos fenómenos climáticos extremos para estes países. "Estamos todos descontentes. E desapontados por acabar assim", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Papua Nova Guiné, Justin Tkachenko, à agência noticiosa France-Presse. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, declarou que o país vai organizar uma reunião pré-COP no Pacífico, um compromisso para manter as vozes daquelas nações insulares na agenda climática, apesar de a cimeira se realizar fora da região, refere a EFE. "Isto permitir-nos-á convidar os líderes mundiais para abordar as questões que esta região enfrenta, incluindo a [ameaça à] existência de Estados insulares como Tuvalu e Kiribati [que correm o maior risco de desaparecer devido à subida do nível do mar] e a proteção dos nossos oceanos", disse Albanese, que felicitou Chris Bowen pelo seu papel nas negociações. "Este é um excelente resultado", acrescentou. Assim, a COP de novembro de 2026 deve decorrer em Antalya, cidade turística turca na costa do Mediterrâneo. A decisão terá de ser aprovada por consenso dos quase 200 países reunidos desde o passado dia 10 na cidade amazónica de Belém, no Brasil, na COP30. A realização das conferências climáticas da ONU segue um sistema de rotatividade entre cinco blocos regionais, que devem selecionar o país anfitrião por consenso dentro do seu grupo. Este ano, o Brasil foi escolhido em nome dos países da América Latina e das Caraíbas e a Etiópia já foi designada por África para acolher a conferência de 2027. Até agora persistia o impasse em relação a 2026 no âmbito do grupo "Europa Ocidental e Outros Estados", que inclui países europeus, Turquia, Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia.
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