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Conflitos em protestos antigovernamentais na Sérvia continuam a aumentar

Débora Calheiros Lourenço 16 de agosto de 2025 às 14:28

Os protestos duram já nove meses e eclodiram depois de o desabamento de parte do teto da estação ferroviária de Novi Sad, que matou 16 pessoas.

Os protestos antigovernamentais na Sérvia intensificaram-se na noite de sexta-feira, assim como os relatos de brutalidade policial e utilização excessiva de força.
Protestos antigovernamentais na Sérvia ganham força com manifestantes nas ruas AP Photo/Darko Vojinovic
Sexta-feira foi já a quarta noite consecutiva de protestos em todo o país, vividos especialmente em Belgrado, onde a polícia disparou gás lacrimogéneo contra manifestantes e tentou separa grupos rivais de manifestantes. Na sequência dezenas de pessoas ficaram feridas e centenas foram detidas apenas nesta semana. As manifestações de sexta-feira tinham como tema: “Vamos mostrar-lhes que não somos saco de pancada”. Os protestos anticorrupção e pró-democracia começaram há nove meses, sendo a maior parte deles pacíficos. Na sexta-feira o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que o Estado é mais forte do que qualquer protesto e elogiou a conduta da polícia nas últimas manifestações: “Esta é a fase do desespero e da impotência, quando não há mais nada a oferecer aos cidadãos além de espancamentos e cassetetes”, afirmou à emissora nacional RTS. O ministro da Administração da Sérvia, Ivica Dacic, negou que a polícia tenha usado força excessiva e culpou os manifestantes por atacarem as forças policiais. No entanto vários vídeos partilhados nas redes sociais demonstram polícias em confrontos diretos com os manifestantes. As manifestações também foram perturbadas por apoiantes do presidente, que se infiltraram e estão a ser acusados de atirar fogo de artifício, pedras e garrafas de vidro contra os manifestantes contra o governo. Desde novembro que os protestos eclodiram, sobretudo liderados por estudantes universitários, depois de o desabamento de parte do teto da estação ferroviária de Novi Sad, que matou 16 pessoas. Muitos sérvios atribuíram a tragédia à corrupção enraizada no país e à negligência em projetos de infraestrutura do Estado. As vigílias pelas vítimas rapidamente se transformaram em manifestações em massa, com centenas de milhares de sérvios a exigirem uma investigação sobre a tragédia, além de eleições antecipadas.
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