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China alerta para espiões que se fazem passar por académicos, turistas ou amantes

Lusa 26 de maio de 2025 às 07:15

Os espiões estrangeiros podem infiltrar-se em universidades e institutos de investigação fazendo-se passar por académicos interessados em intercâmbios e colaboração, lê-se no comunicado.

Pequim afirmou hoje que os cidadãos chineses devem estar atentos a "rostos estrangeiros amigáveis" que possam ser espiões, incluindo falsos académicos, turistas e parceiros românticos que pretendem obter informações sobre o país.

bandeitra chinesa AP Photo/Andy Wong

Numa publicação na sua conta oficial nas redes sociais, o Ministério da Segurança do Estado da China escreveu que os espiões estrangeiros podem estar escondidos à vista de todos, utilizando várias identidades para levar a cabo atividades que ameaçam a segurança nacional do país.

O ministério destacou cinco identidades falsas habitualmente utilizadas por espiões estrangeiros: turistas que não fazem turismo, académicos que não realizam investigação real, empresários que não fazem negócios, e "amantes insinceros" que exploram relações para recolher informações.

Alguns agentes podem abordar estudantes chineses no estrangeiro e fingir ser "amigos estrangeiros que partilham os mesmos interesses", para depois os tentarem recrutar através de relações amorosas, alertou o ministério.

"Não se deixem enganar por uma conversa doce e nunca lhes revelem informações sensíveis ou confidenciais", alertou.

O ministério também exortou o público a alertar as autoridades de segurança nacional sobre quaisquer pessoas ou atividades suspeitas.

Nos últimos anos, a China intensificou os trabalhos de contraespionagem, com o Ministério da Segurança do Estado a publicar uma série de mensagens nas redes sociais para sensibilizar o público para possíveis ameaças em contextos aparentemente normais.

Na publicação de domingo, o ministério alertou para académicos que "se aproximam de repente e de forma excessivamente calorosa" e para amigos estrangeiros e contactos online que são "excessivamente ansiosos e atentos" na procura de relações românticas.

Os espiões estrangeiros podem infiltrar-se em universidades e institutos de investigação fazendo-se passar por académicos interessados em intercâmbios e colaboração, lê-se no comunicado.

Eles podem também utilizar incentivos financeiros ou promessas de favores académicos ou pessoais para extrair informações sensíveis e tecnologias fundamentais da China, apontou.

É estritamente proibido levar material confidencial para eventos académicos no estrangeiro, acrescentou.

Os cidadãos devem igualmente ter cuidado com turistas estrangeiros ocasionais e visitantes familiares que demonstrem interesse por paisagens naturais e pela geografia perto de zonas militares ou sensíveis, ou que vagueiem, fotografem ou tentem utilizar equipamento cartográfico de alta precisão nessas zonas.

As pessoas devem também estar atentas a quem tente induzir os residentes locais a efetuar levantamentos ilegais e reconhecimento no local por sua conta.

A lei de contraespionagem revista da China, que entrou em vigor em 2023, alargou a definição de atos de espionagem e reforçou os poderes de investigação das agências de aplicação da lei de segurança nacional.

Ao abrigo destas regras mais rigorosas, o ministério anunciou em março que um antigo engenheiro de um instituto de investigação chinês foi condenado à pena de morte por vender material classificado a agências de espionagem estrangeiras.

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