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Avós e tios de Émile foram libertados

Diogo Barreto 27 de março de 2025 às 07:24

Os familiares da criança estavam detidos por suspeita de homicídio voluntário e ocultação de cadáver. Procurador diz que não deixaram de ser suspeitos.

Os avós e os tios maternos de Émile, detidos na terça-feira por suspeita de homicídio voluntário e ocultação de cadáver, foram libertados na madrugada desta quinta-feira. Mas o procurador encarregue da investigação assegura que não está afastada a hipótese de terem estado envolvidos na morte e desaparecimento da criança.

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O procurador Jean-Luc Blanchon explicou em conferência de imprensa que a "linha de investigação" que liga os familiares de Émile à sua morte não está fechada fechada. "As conclusões dos investigadores permitem dizer que as roupas e as ossadas foram transportados para o local onde foram encontrados" pouco tempo antes de serem descobertos, não estando ali há oito meses e ainda que o corpo não se decompôs nas roupas que foram encontradas. 

Philippe Vedovini, avô de Émile, já tinha sido detido pelas autoridades na década de 1990 devido a acusações de violência e agressão sexual contra alunos numa escola particular católica. O osteopata teve dez filhos com a sua esposa Anne, e todos foram educados por si em casa devido às opções tradicionais e religiosas do casal. Os avós foram descritos pelo autarca de La Bouilladisse, cidade com seis mil habitantes na região de Bouches-du-Rhône onde vivem, como "muito religiosos, muito discretos", "que vivem de forma relativamente autossuficiente" e defendem a missa tradicional, celebrada em latim. 

Émilie, que tinha apenas dois anos e meio, desapareceu na casa dos avós na aldeia francesa de Le Haut-Vernet, a 8 de julho de 2023, enquanto brincava. Foram os avós maternos, que estavam responsáveis por Émile, que deram o alerta às autoridades. Depois disso, a história mobilizou centenas de pessoas que durante vários dias procuraram Émile numa zona de floresta e foram precisos nove meses para que as suas ossadas fossem encontradas. 

Foram os avós do menino que começaram a tradição familiar de passar as férias em Le Haut-Vernet, no sudeste francês, há cerca de vinte anos. Na aldeia eram conhecidos por terem um papel bastante ativo dentro da comunidade católica e eram eles que organizavam todos os anos um concerto de música na igreja, no qual a mãe e os cinco tios maternos costumavam cantar e tocar instrumentos.

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