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Alexander Vinnik, o "mafioso das criptomoedas" libertado pelos EUA

Débora Calheiros Lourenço 12 de fevereiro de 2025 às 18:36

Russo de 44 anos foi libertado em troca do professor norte-americano Marc Fogel. Trabalhou numa plataforma de criptomoedas usada por cibercriminosos.

O responsável por uma das maiores plataformas de transação de criptomoedas usada por cibercriminosos foi libertado pelos EUA e entregue à Rússia. Alexander Vinnik, de 44 anos, é considerado um "mafioso das criptomoedas" e está em liberdade em troca de Marc Fogel, professor norte-americano detido pela Rússia em 2021 por posse ilegal de droga. 

REUTERS/Costas Baltas

Alexander Vinnik trabalhou na BTC-e, a plataforma de transação de criptomoedas, entre 2011 e 2017, ano em que foi encerrada. Nesse mesmo ano, o russo nascido na remota região de Kurgan foi detido na Grécia a pedido dos EUA, por suspeitas de lavagem de 4 mil milhões de euros através de bitcoin. Estava de férias com os filhos em Halkidiki, na Grécia. 

Também foi ligado pelas autoridades norte-americanas à falha da Mt. Gox, outra plataforma de transação de criptomoedas que foi encerrada após ter sido alvo de hackers em 2014. Alexander Vinnik conseguiu fundos da Mt. Gox que "lavou" através da BTC-e e da Tradehill, outra plataforma que possuía. 

Após a sua detenção, Alexander Vinnik foi extraditado para França - que em 2022 o condenou a cinco anos de prisão por branqueamento de capitais - e mais tarde, para os EUA. Neste país, foi acusado de crimes como roubo de identidade, cumplicidade no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, e deu-se como culpado em maio de 2024 de conspiração para cometer lavagem de dinheiro. Enfrentava quase 20 anos de prisão e esperava ser sentenciado em janeiro de 2025, mas em novembro de 2024 um juiz federal decidiu adiar a sua sentença até junho, não indicando razões para o atraso. 

Alexander Vinnik fez em 2018 uma greve de fome, em protesto pela sua detenção. 

Agora, como parte do acordo da sua libertação, deixará para trás 100 milhões de dólares em ativos digitais. 

Quando se tornou público que o professor norte-americano Marc Fogel ia ser libertado, Donald Trump afirmou que a Rússia não lhe tinha pedido "nada de mais" em troca: foi o Kremlin que acabou por anunciar que o cidadão russo ia regressar a casa. O conselheiro nacional de segurança da Casa Branca, Mike Waltz, considerou o gesto dos russos como uma "prova de boa-fé", referindo que é possível ver sinais de que uma boa relação se está a desenvolver.   

Em janeiro a mãe de Alexander Vinnik, Vera Vinnik, afirmou que tinha esperança de que a chegada de Donald Trump à Casa Branca pudesse resultar em algum desenvolvimento no caso do seu filho, preferencialmente através de uma libertação.  

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