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Julianne Nicholson: "'Paradise' é sobre conexões humanas. Como 'This is Us'"

Em entrevista, a atriz que ganhou um Emmy com "Mare of Easttown" fala-nos de "Paradise" (Disney+), a nova série do criador de "This Is Us", que protagoniza.

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Edição de 5 a 11 de agosto
André Almeida Santos 08 de fevereiro de 2025 às 10:00
Brian Roedel / Disney

Há sempre algo de errado com o paraíso, certo? O quê, por vezes, não sabemos bem. Se ainda não sabe nada sobreParadise, série que na Disney+ há pouco mais de uma semana, melhor. Tal como é hábito de Dan Fogelman, ele gosta de surpreender o espectador e deixa uma grande revelação para o final do primeiro episódio. Não é uma coisa óbvia, mas é algo que transforma tudo e convida-nos a pensar que Dan Fogelman é este, aquele que há uns anos criou o melhor drama familiar danetwork televisionem anos,This Is Us. Por mais chouriços que existissem, havia sempre uma razão para ficar e para voltar.

Uma delas era Sterling K Brown, que volta a trabalhar com Fogelman, já que é um dos protagonistas de Paradise. Outra das personagens centrais é interpretada por Julianne Nicholson, que entrevistámos há uns dias, depois da estreia dos primeiros três episódios da série (neste momento estão disponíveis na Disney+ quatro episódios - faltam outros quatro, que chegarão ao ritmo de um por semana, sempre às terça-feiras).

Em Paradise, Julianne Nicholson - atriz que já tinha feito filmes como Um Quente Agosto (2013) e séries como Lei & Ordem: Intenções Criminosas (2006-2009) e Mare of Easttown (2021), tendo vencido um Emmy com a última - é uma personagem com duas faces. É Sam, a mulher de família que perdeu um filho há uns anos e Sinatra, nome pelo qual é conhecida fora de portas, uma mulher perigosa que ficou bilionária com a venda da sua empresa tecnológica. Eis o que nos disse.

Esta é uma série muito diferente da anterior do Dan Fogelman [This Is Us]. Tendo em conta a revelação no final do primeiro episódio, gostaria de saber como é que a série lhe foi vendida. Sabia no que se estava a meter?

Enviaram-me os primeiros quatro episódios e julguei que tinha ideia do que estava para vir… mas estava tão enganada quando acabei o primeiro. Ao fim do segundo episódio fiquei apaixonada pelo que o Dan escreveu e gostei do desafio de ser eu a criar a Sinatra, de a tornar em algo real. Já sabia que o Sterling K Brown e o James Marsden iam participar, isso tornou ainda mais fácil dizer que sim.

Referiu-se à sua personagem como Sinatra. É Sam ou Sinatra?

Há uma diferença… a Samantha é a pessoa que tu encontras em casa. A Sinatra é a que existe fora de casa, que faz coisas meio duvidosas e obscuras à medida que a série se desenrola.

E qual é a sua favorita?

Gostei muito de ser a Sinatra. É uma personagem divertida de se interpretar. Tomar todas as decisões, ter todo aquele poder, aquela coisa de ser a dona daquilo tudo... Gosto sempre de interpretar personagens femininas em cargos de chefia. Mesmo que depois acabe por não concordar com as decisões que elas tomam.

É interessante porque, nos flashbacks, é visível a sua transformação.

Sim. Mais do que isso, vês a progressão dela na vida.

Até ao final do primeiro episódio é difícil perceber realmente o que Paradise é. Agora que estreou, as pessoas à sua volta estão surpreendidas?

Penso que ninguém estava à espera que fosse aquilo e gostava muito que assim continuasse. Mas é difícil a informação não se espalhar, porque as pessoas começam a falar do que veem. Mas é tão mais excitante quando não se sabe o que aí vem...

Ficou com a impressão que o Dan Fogelman queria distanciar-se do imaginário de This Is Us?

Acho que ele queria fazer uma série como Paradise. Ele há uns dias mencionou que a ideia de Paradise surgiu antes de This Is Us. Mas muito mudou desde então… sei que ele queria voltar a trabalhar com o Sterling K. Brown, por isso deve tê-lo imaginado para aquele papel, a fazer algo diferente do que tinha feito em This Is Us. Acredito que o Dan viu isto como um desafio. Mas no fundo é muito semelhante ao This Is Us, é sobre as dinâmicas da humanidade e as conexões humanas. O Dan trabalha bem isso.

O que a assustou mais em Paradise?

Quando li o episódio sete. Fiquei horrorizada. O Dan falou com muitos cientistas e professores para a sua investigação. Claro que é algo extremo, mas muitas das coisas são baseados em factos. Por isso… há ali algo de assustador.

Porque é que quando se recriam estas cidades, como em Paradise, elas têm sempre um visual muito de subúrbio americano e não de uma cidade propriamente dita?

Creio que isso vem com uma certa nostalgia. Lembra as pessoas de tempos mais simples, quando as coisas eram previsíveis e seguras. Não sei se é isso que as pessoas querem, também não sei se era isso que quereria. Na realidade, nem sei se era aquilo que as pessoas de Paradise queriam [risos].

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