Tiago Rodrigues condena ataque de extrema-direita a ator: "Não passarão"
"Este crime não pode passar impune. A violência contra a liberdade de expressão e de criação não pode passar", lamentou o encenador e dramaturgo.
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Edição de 5 a 11 de agosto
O dramaturgo e encenador português Tiago Rodrigues condenou a agressão de que foi alvo o ator Adérito Lopes, esta terça-feira, 10 de junho, em Lisboa. O ator foi agredido junto ao teatro A Barraca, pouco antes da hora marcada para a récita.
O atual diretor artístico do Festival d'Avignon, em França, e antigo diretor do Teatro Nacional D. Maria II escreveu uma curta mensagem no Instagram onde se pode ler: "Toda a solidariedade com A Barraca e em particular com o actor Adérito Lopes, agredido cobardemente por neofascistas. Este crime não pode passar impune. A violência contra a liberdade de expressão e de criação não pode passar. O medo não pode passar", terminando com o mote "Não passarão".
A agressão ao ator - que protagonizava uma peça onde dava corpo a Luís de Camões - ocorreu 30 anos depois do homicídio de Alcindo Monteiro e dois homens que estiveram envolvidos na morte do jovem negro em 1995 terão estado envolvidos neste ataque ao ator: João Martins e Nuno Themudo. Ator Adérito Lopes teve de ser levado para o hospital com ferimentos na cara.
Segundo o relato da encenadora Maria do Céu Guerra em declarações à RTP, vários atores terão sido assediados pelo grupo à medida que iam chegando para a peça Amor é fogo que arde sem se ver, que tinha uma última sessão marcada para as 21h da passada terça-feira. O ator Adérito Lopes acabou por ser agredido e, segundo relatos de um dos atores, terá ficado com dois cortes na cara.
O autor das agressões já foi identificado pela PSP.