A Câmara de Almada tem por objectivo reforçar com 50.000 euros, para os 275.000, a verba a atribuir pela autarquia à edição deste ano do Festival de Almada, revelou presidente, Inês de Medeiros, à agência Lusa.
A Câmara de Almada atribui anualmente uma verba de 225.000 euros ao Festival de Almada, valor que este ano pretende aumentar para 275.000 euros, precisou a autarca à agência Lusa, à margem da apresentação da 35.ª edição do Festival.
Inês de Medeiros ressalvou que a atribuição dos 275.000 euros está dependente de aprovação em sessão de Câmara, acrescentando que irá apresentar essa proposta ao executivo municipal.
Já antes, na cerimónia de apresentação do certame, a autarca sublinhara que a Câmara vai "acorrer de forma excepcional" a esta edição do certame, por este ser "um ano especial".
Uma forma de "reconhecer o esforço e empenho do director do Festival e da Companhia de Teatro de Almada (CTA)" em garantirem a sua realização, "num ano de grandes dificuldades", indicou.
Lembrando que o Festival de Almada é o "maior certame de teatro de Portugal, e é reconhecido a nível internacional", Inês de Medeiros sustentou que "o Estado e as entidades estatais não podem fugir às responsabilidades culturais do país".
A autarca voltou a lembrar que o apoio atribuído este ano pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes) à CTA sofreu um corte de 25 por cento do montante total de verbas.
E este corte é tanto mais "incompreensível e absurdo", quando surge a poucos meses da abertura do Festival, disse.
"A incapacidade de a DGARtes, por débeis razões de forma e ainda mais débeis avaliações dos jurados, em reconhecer o Festival como evento prioritário, estruturante e único no panorama cultural português, é indesculpável", escreve Inês de Medeiros no programa oficial da 35.ª edição do festival de teatro de Almada.
A autarca lembrou, a propósito, que as verbas atribuídas pela DGArtes à CTA se destinam à programação anual da companhia e à realização do Festival, e que este absorve metade do montante atribuído por ano.
Não se pode, por isso, ter como missão promover a internacionalização da cultura portuguesa e, em simultâneo, reduzir em 25% o financiamento do que mais contribui para essa mesma internacionalização, concluiu.
A presidente da Câmara de Almada voltou a defender a necessidade de o programa de subsídios de apoio às artes ter de analisar esta especificidade, já que os subsídios atribuídos à Companhia de Teatro de Almada são repartidos pela programação e pelo Festival.
A decorrer de 4 a 18 de Julho, em vários locais de Almada e em salas de teatro de Lisboa, a 35.ª edição do Festival de Almada está orçada em 576.000 euros, segundo o director do certame.
Do total orçamentando, apenas 91.000 euros, o equivalente a 16%, provêm dos subsídios da DGartes, sublinhou Rodrigo Francisco.