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Gostou de "Deslocado"? 5 canções para conhecer melhor os NAPA

Para alguns desconhecida até ao Festival da Canção e à Eurovisão, a banda já tem dois álbuns editados. Escolhemos cinco canções, para velhos e novos fãs.

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Edição de 19 a 25 de agosto
Gostou de 'Deslocado'? 5 canções para descobrir os NAPA
Gonçalo Correia 17 de maio de 2025 às 14:00
Pedro Pina / RTP

"Uma declaração de amor à Madeira, de quem veio 'de longe', do 'meio do mar, no coração do oceano', a expressão cantada da vontade de regressar 'à minha casa / ilha, paz, Madeira', uma canção indie-pop elegante, clássica, sonhadora." Era assim que descrevíamos, a 22 de fevereiro, Deslocado, a canção com que os NAPA venceriam, posteriormente, o Festival da Canção português e com a qual se apresentariam depois na Eurovisão - onde chegaram já à final, agendada para este sábado, 17 de maio.

Um slow burner - uma canção que vai crescendo, gradualmente, e ganhando paulatinamente lugar no coração de quem a ouve -, Deslocado tem vindo a superar expectativas. Na Eurovisão, as casas de apostas não previam que chegasse à final (em termos probabilísticos surgia, aliás, nos últimos lugares). Agora, preveem que os NAPA terminem a final fora do top 20. Será?

Sábado à noite saberemos, mas antes podemos ficar a conhecer melhor os NAPA, já apelidados nas redes sociais de "Capitão Fausto da Madeira" e já com dois álbuns editados (antes do Festival da Canção, previa-se que o terceiro fosse editado este ano).

Enredos

Revelada quando os NAPA tinham ainda outro nome - Men on the Couch -, é a primeira canção inteira (após uma intro) do primeiro álbum da banda madeirense, Senso Comum, e é ainda hoje um dos temas mais conhecidos do grupo. Uma boa carta para esta pop-rock gingona, romântica e soalheira, com um refrão de miúdos que não têm medo de soar pirosos:

Vamos viver ali junto ao mar
Acordar de manhã com o sol a brilhar
Vem miúda, vem sem medos
Dar mais vida aos nossos enredos
NAPA - "Enredos"

Na Lua

Ainda do primeiro álbum da banda - para alguns dos fãs, o momento mais feliz da discografia do grupo até agora -, esta Na Lua é mais um exemplo da pop-rock romântica, clássica e redonda, desta banda portuguesa. E reflete, também, alguma ingenuidade lírica e melódica que o tempo parece ter deputado (oiça-se Deslocado, uma canção de amor adulta): De tanta viagem, vi que o céu tem coisa boa / E fica mais em conta que um imóvel em Lisboa. A elegância melódica já cá estava toda, as letras maduras estariam para chegar.

Jeito pra Tudo

Em Jeito pra Tudo, entramos em registo baladeiro? Assim parece no arranque, até a eletricidade subir e os NAPA se aproximarem do registo rock, pondo em evidência a guitarra. Só que depois a canção ganha um balanço meio reggae e ficamos sem saber onde estamos. Até que percebemos: estamos na era de auto-conhecimento dos NAPA, uma banda a descobrir-se e a explorar (e é impressão nossa ou há aqui resquícios de Ornatos Violeta versão beta-flower power?).

Assim, Sem Fim

É um tema peculiar e raro no percurso das NAPA, por trazer para a mesa um género habitualmente afastado das canções do grupo madeirense: o hip-hop. Não é um hip-hop qualquer, porém, é a poesia serena de Silly, um fim de tarde ameno com sol, mojitos ao pé do Maktub Bar, mergulhos na Barreirinha e uma poncha à pescador com tremoços temperados na mesa.

Ficamos Assim

Em Ficamos Assim, acolhemos um muito bem-vindo coro feminino, entramos na ponta final de Logo se Vê, o segundo disco dos NAPA (é o 9.º tema, de 11), e avançamos com a voz blaisé de João Guilherme Gomes e um balanço (com aroma a Brasil) ainda preso a algumas referências estéticas, mas nitidamente com muito mundo pela frente. A festa dos NAPA prossegue, agora em Basileia, depois com o País e o mundo bem mais atentos.

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