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"Toda a Ferida é uma Beleza" de Djaimilia Pereira de Almeida vence Grande Prémio de Romance APE

O júri sustentou a decisão vincando que a obra "faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia: na contenção da sua escrita reside o essencial da estranheza de um mundo ao mesmo tempo ingénuo e cruel, infantil e adulto".

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Edição de 5 a 11 de agosto
Lusa 31 de julho de 2024 às 11:34
Raquel Wise/Sábado

O livro Toda a Ferida é uma Beleza, de Djaimilia Pereira de Almeida com ilustrações de Isabel Baraona, venceu o Grande Prémio de Romance e Novela, anunciou esta quarta-feira a Associação Portuguesa de Escritores, que o atribui com a DGLAB.

O júri, coordenado por José Manuel de Vasconcelos e composto por Carina Infante do Carmo, Carlos Mendes de Sousa, Cândido Oliveira Martins, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Topa, escolheu a obra por maioria, a partir de 50 títulos concorrentes.

"Foi entendimento dos membros do júri, perante as obras a concurso, e na sequência de uma longa discussão sobre a similar qualidade de um conjunto heterogéneo de romances, privilegiar uma novela que faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia: na contenção da sua escrita reside o essencial da estranheza de um mundo ao mesmo tempo ingénuo e cruel, infantil e adulto. E o leitor é levado, pelas palavras tanto quanto pelos desenhos, ao reino de uma impiedosa fantasia, além do real", pode ler-se na ata, citada em comunicado.

O prémio tem um valor de 15 mil euros e contou, este ano, com os patrocínios da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), da Câmara Municipal de Grândola, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Camões. No ano passado, foi atribuído a Lídia Jorge, por Misericórdia.

Toda a Ferida é uma Beleza foi editado pela Relógio d'Água em junho do ano passado.

"As autoras lançam-se à descoberta do mais misterioso dos mistérios, o de saber como é que uma menina se diverte. A menina desta história está possuída de uma incontível vontade de escrever e de rir o que esbarra com a vontade da madrinha de fazer dela uma criança normal, sossegada e, se possível, mesmo sisuda. A madrinha contraria a vontade de Maria escrever, no jeito impetuoso em que ela o faz. Castiga-a muitas vezes de modo cruel, mas não consegue levá-la a desistir do desejo de escrever, mesmo quando lhe corta a mão e a menina tem de imaginar a vida que esta leva separada do seu corpo. Mas este nunca esqueceu a mão que teve, por isso ela acabará por regressar", pode ler-se na sinopse publicada pela editora.

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