A lista de 13 nomeados da edição deste ano do prémio literário Booker inclui três romances de estreia, num elenco composto por seis autores norte-americanos e por seis repetentes nas listas do Booker.
Em comunicado, a organização do prémio -- um dos mais importantes de ficção em língua inglesa -- revelou como nomeados com romances de estreia o irlandês Colin Barrett, por Wild Houses, a norte-americana Rita Bullwinkel, por Headshot, e a neerlandesa Yael van der Wouden, por The Safekeep (sendo a primeira vez que é nomeada uma pessoa dos Países Baixos para este prémio de livros escritos em inglês).
Com mais experiência surgem o norte-americano Percival Everett, pelo aclamado James, as suas conterrâneas Rachel Kushner, com Creation Lake, e Claire Messud, com This Strange Eventful History, e o também norte-americano Richard Powers, com Playground. Os quatro autores já foram nomeados no passado.
A lista inclui ainda a britânica Samantha Harvey, com Orbital, o britânico-líbio Hisham Matar, com My Friends, a canadiana Anne Michaels, com Held, o norte-americano Tommy Orange (primeiro nativo americano nomeado), com Wandering Stars, a britânica Sarah Perry, com Enlightenment, e a australiana Charlotte Wood, com Stone Yard Devotional.
A seleção dos 13 nomeados foi feita a partir de 156 livros escritos em inglês e publicados ou com previsão de publicação entre outubro do ano passado e setembro deste ano no Reino Unido e/ou na Irlanda. O prémio está, assim, aberto a submissões de livros ainda por publicar.
"Um dos verdadeiros marcadores dos livros que escolhemos é que sentimos que são obras necessárias, ficção que conquistou um espaço nos nossos corações e que queremos ver nas vidas de muitos outros leitores", disse, citado no comunicado, o presidente do júri, Edmund de Waal.
Apesar de nenhum dos livros nomeados estar traduzido em Portugal, há vários autores com obra publicada em território nacional: Percival Everett tem editado o seu anterior livro nomeado ao Booker, As Árvores (pela Livros do Brasil, com tradução de José Lima), e Samantha Harvey está publicada com Os Espaços em Branco (pela Bertrand, em 2010, com tradução de Fernanda Oliveira).
Já Rachel Kushner tem editados em Portugal Os Lança-Chamas (com tradução de Telma Costa), Telex de Cuba (traduzido por Jorge Pereirinha Pires) e O Quarto de Marte (traduzido por José Miguel Silva), pela Relógio d'Água.
Também Hisham Matar tem três livros publicados em Portugal: o finalista do Booker em 2006 Em Terra de Homens (de 2007, traduzido por Teresa Fernandes Swiatkiewicz) e Anatomia de um Desaparecimento (pela mesma tradutora, em 2012), editados pela Civilização, a que se seguiu O Regresso (com tradução de Beatriz Sequeira), pela Presença.
Anne Michaels tem publicado em Portugal Peças em Fuga, com tradução de Manuela Vaz e editado pela Presença em 1997, enquanto a Minotauro lançou, em 2017, o sucesso de vendas de Sarah Perry, A Serpente do Essex, com tradução de Helena Ramos e Dila Gaspar.
O norte-americano Richard Powers está presente no mercado português com O Eco da Memória (tradução de Eugénia Antunes) e Generosidade (traduzido por Maria João Freire de Andrade), pela Casa das Letras, enquanto Assombro (traduzido por Manuel Alberto Vieira) e Sobre o Céu (traduzido por Nuno Quintas) foram publicados pela Presença.
A lista de finalistas vai ser anunciada a 16 de setembro, em Londres, seguindo-se a cerimónia final no dia 12 de novembro.
No ano passado, o vencedor do Booker foi Canção do Profeta, do irlandês Paul Lynch.