Em entrevista ao jornalista Piers Morgan, Fiona Harvey disse que o realizador da série é um "psicopata" e que graças a ele tem recebido ameaças de morte.
Desde que estreou na Netflix a 11 de abril, que a sérieBaby Reindeertem motivado várias polémicas. A obra, que conta a "história verídica" de um humorista que é perseguido por uma advogada, de seu nome fictício Martha, tornou-se um fenómeno instantâneo pelo menos em 30 países. Mas a mulher que inspirou a stalkerplaneia agora processar o criador da série, Richard Gadd, (que desempenha a personagem de Donny), assim como a própria Netflix.
O anúncio foi feito pela própria, durante umaentrevista ao jornalista Piers Morgan, onde admitiu que devido ao sucesso da série já recebeu várias ameaças de morte. "[A série] já dominou a minha vida o suficiente. Acho isto bastante obsceno. Acho isto horrível, misógino. Algumas das ameaças de morteonlineforam realmente terríveis, com pessoas a telefonarem-me", confessou Fiona Harvey.
Devido à popularidade da série, muitos dos espectadores começaram a especular sobre a verdadeira identidade de Martha. Na altura, a investigação foi tão intensa, que, a 23 de abril, o ator e realizador Richard Gadd teve deapelar aos fãs para que parassem com as suposições infundadas.
"Olá a todos. As pessoas que amo, com quem trabalhei e que admiro (incluindo Sean Foley) estão injustamente a ser apanhadas em especulações. Por favor, não especulem sobre quem poderá ser qualquer uma das pessoas na vida real. Não é esse o objetivo da nossa série", escreveu numa história do Instagram.
Contudo, este apelo acabou por não resultar e os fãs acabaram por encontrar a identidade verdadeira de Martha - Fiona Harvey. "Dizer 'não especule', uau, isso agora é um pouco complicado, não é? Os fãs especulam", disse a mulher de 58 anos. Ainda "na quarta-feira, o Daily Mail entrou em contacto comigo, e isso apareceu em todas as últimas notícias da BBC na sexta-feira, no sábado, no domingo e na segunda".
Fiona Harvey garante que nunca foi contactada nem pelo realizador da série nem pela Netflix, acerca da produção. Acusa assim Richard de ser um "psicopata" que tenta "ganhar dinheiro com factos falsos".
"Não recebemos desculpas da Netflix ou dele. Nada. Quer dizer, para alguém que diz sentir pena de mim, não recebi desculpas nenhumas. [Aliás], a minha personagem aparece a destruir um bar, a abusar sexualmente dele num canal, e a ir para a prisão", disse ao contestar vários dos detalhes que surgem nos episódios.
"Ele não me ofereceu uma caneca de chá… Eu ia comer e estava com muita, muita fome. Sou diabética", contou.
Fiona disse também que nunca apanhou Richard a espiá-la através da janela, como é retratado na série, e que ela nunca visitou a casa dele, pois não sabia onde morava. "Isso é completamente falso. Muito, muito difamatório para mim. Muito prejudicial para a minha carreira, e eu queria relatar isso neste programa. Não sou uma perseguidora. Não estive na prisão", disse. "Isso é completamente absurdo."
Pressionada sobre os 41 mil emails, as 350 horas de mensagens de voz, 774 tweets, as 48 mensagens no Facebook e as 106 cartas, que supostamente enviou, respondeu que era mais uma das ficções da série. "Isso não é verdade. Se alguém enviasse 41 mil emails a alguém, seriam quantos por dia? Uma grande quantidade."
