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Ator agredido por grupo neonazi já saiu do hospital e está "muito assustado"

Adérito Lopes foi agredido na terça-feira por um grupo ligado à extrema-direita e teve de ser hospitalizado. Incidente levou ao cancelamento de uma peça de teatro.

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Ator agredido por grupo neonazi já saiu do hospital e está 'muito assustado'
Luana Augusto 11 de junho de 2025 às 10:51
Instagram/Adérito Lopes

Adérito Lopes, que foiagredido na noite de terça-feira(10) por um grupo ligado à extrema-direita, terá saído do Hospital de São José pelas 4h e disse estar "muito assustado com tudo o que aconteceu". A notícia está a ser avançada pela CNN Portugal que cita fontes ligadas à agência do ator e à companhia de teatro A Barraca.

Tudo aconteceu na noite da passada terça-feira quando um grupo de neonazis, que regressava de uma manifestação na Praça do Martim Moniz, se cruzou por volta das 20h com atores na porta do Cinearte e agrediu "violentamente" o ator principal da peça Amor é um fogo que arde sem se ver com um soco no olho.

Adérito Lopes terá ficado com rasgões na cara, tendo sido necessário levar "bastantes pontos", segundo a CNN. Tendo em conta a extensão dos ferimentos, a atriz e encenadora da peça Maria do Céu Guerra levantou a hipótese de os agressores terem recorrido ao uso de uma arma.

Deste grupo faziam parte aproximadamente 30 pessoas, que deixaram no local panfletos com as frases "Remigração" e "Portugal aos Portugueses". Ainda de acordo com a atriz, o cenário só não foi pior porque a PSP apareceu no local.

O espetáculo estava marcado para as 21h, ou seja uma hora depois da agressão, e a sala já estaria lotada. Só pelas 22h é que o público abandonou o espaço.

A agressão levou, por isso, ao cancelamento da peça de teatro, visto que Adérito Lopes teve de ser transportado para um hospital por bombeiros. O ator encontra-se agora a recuperar em casa, refere a CNN.

O principal agressor entretanto já terá sido detido. Tem 20 anos e foi localizado nas ruas adjacentes ao Largo de Santos, revelou fonte da PSP à agência Lusa. Os outros intervenientes no caso também já foram identificados e os factos serão reportados ao Ministério Público.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, já esteve no local para demonstrar solidariedade para com o elenco. Na rede social X, foram vários os políticos que lamentaram a situação.

A peça Amor é um fogo que arde sem se ver, da companhia A Barraca, está integrada nas celebrações que assinalam a passagem de 500 anos do nascimento de Camões. 

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