Tic-tac-tic-tac. A ampulheta está quase no fim: os Silence 4, banda que se projetou como poucas na música portuguesa do final dos anos 1990 e início da década de 2000, regressam esta quinta-feira (12 de junho) aos palcos para celebrar os 30 anos do começo do grupo.
O primeiro concerto é, como não podia deixar de ser, em Leiria, cidade-berço do grupo. Depois de três concertos no Teatro José Lúcio da Silva (12, 13 e 14 de junho), seguem-se, no final do ano, concertos na Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, no Porto (13 a 16 de novembro) e na MEO Arena (antigo Pavilhão Atlântico), em Lisboa, a 12 e 13 de dezembro.
Estes serão os primeiros concertos dos Silence 4 desde 2014, ano em que a banda - que se tinha separado em 2001 - voltou a juntar-se para espetáculos com cariz solidário, em que parte da receita era entregue à Liga Portuguesa Contra o Cancro. Esses concertos serviram também para celebrar o sucesso na luta contra uma leucemia da cantora Sofia Lisboa.
"Estamos a ensaiar desde janeiro, porque quando decidimos fazer isto, entendemos que queríamos ter o nosso tempo, discutir e construir o que iria ser este regresso. Tem estado a ser muito divertido. É como um regresso à adolescência e ao tempo em que começámos a tocar juntos. A ideia é celebrar a música que a banda fez quando estava no ativo e que marcou muita gente, celebrar a ideia de que aquilo que fizemos teve alguma importância", contava recentemente o músico e cantor David Fonseca em declarações ao Correio da Manhã.
Em outubro do ano passado, em entrevista à SÁBADO já após o anúncio do regresso da banda, David Fonseca comentava: "O que aconteceu com os Silence 4 tem a ver com uma coisa de que não gosto muito, mas que está muito em voga, que é a nostalgia. Não tenho dúvida que se os Silence 4 tivessem continuado, hoje ninguém queria saber dos Silence 4 para nada."
Sobre essa nostalgia, dizia ainda o músico e cantor nessa entrevista: "Se começar a tocar a Angel Song com os Silence 4 ao pé das pessoas, o mundo cai. "Meu Deus, já estou de novo naquela praia ,com os meus amigos." Não pensava muito nisso, agora começo a entender o poder que tem. Hoje, olho para isso com mais respeito do que há 10 anos."
Já quanto à hipótese dos Silence 4 - que tiveram "milhares" de convites para voltar - regressarem em definitivo, David Fonseca recusava a hipótese: "Tenho a tentação de fazer aquilo o mais concentrado e rápido possível. As pessoas vão, fazemos e está feito. Pronto, adeus, foi ótimo. E se correr muito bem, se for possível daqui a cinco anos repetimos. [Mais do que isso] não vejo interesse. Tenho 51 anos. Se nem aos 80 acho que vou querer repetir uma coisa, não me parece que aos 50 vá querer embarcar no mesmo barco em que estava quando tinha 25. O que me faz estar aqui, vivo, todos os dias e com vontade, não é o passado."
