Desde a sua inauguração em 1991 que a BRIT School for Performing Arts and Technology tem sido um espaço para jovens derem azo à sua vocação nas indústrias criativas. Amy Winehouse, Adele e Tom Holland são alguns dos nomes mais célebres associados à instituição, mas jovens artistas como RAYE e Lola Young também outrora brindaram os corredores da BRIT School com o seu talento. O mesmo se aplica a Olivia Dean, uma jovem artista britânica em ascensão cujo potencial tem vindo a dar que falar e que ingressou nesta escola com 15 anos.
O nome de batismo que lhe calhou foi Olivia Lauryn Dean, uma homenagem à artista norte-americana de hip-Hop e R&B Lauryn Hil, e nasceu a 14 de maio de 1999 em Londres.
Olivia aprendeu a tocar piano e a compor as próprias canções já quando frequentava a BRIT School, depois de ter trocado de curso dentro da escola, de teatro para escrita de canções. Durante uma atuação em contexto escolar, captou a atenção de Emily Braham, que a começou a acompanhar como
manager.
A sua carreira começou em 2018 com o lançamento do single
Ready To Stay a partir do Youtube. No ano seguinte, revelou o seu EP de estreia
Ok Love You Bye - que gerou reações discretas, mas não negativas. É um conjunto de temas inspirados pela música neo-soul e pela estética indie, descrito por alguns fãs como “fofo” e “doce”.
O seu primeiro álbum,
Messy, foi lançado em 2023 e confirmou as suspeitas de que Olivia é uma estrela em ascensão. A
NME descreveu o álbum como “aconchegante e vibrante, alcançando novos patamares ao ficar mais denso, estranho e imprevisível” e o
The New York Times como “uma reafirmação que [Olivia] está a fazer tudo certo”.
Nesse mesmo ano, Olivia foi premiada como Artista do Ano pela BBC Music. A artista também foi premiada em 2021 pela Amazon Music com a distinção "Artista Revelação do Ano".
Este ano, em maio, já depois de contribuir para a banda sonora do novo filme da saga de
Bridget Jones, Olivia Dean regressou à ribalta com
Nice to Each Other, uma canção sobre explorar a independência nas vidas amorosas e um prelúdio para o tema central do seu segundo e mais recente álbum.
“O amor é algo muito místico. É algo que todos ambicionamos, mas nunca somos verdadeiramente ensinados a encontrá-lo. Porque é que não temos uma disciplina na escola para isso? Por causa disso é que este álbum analisa os últimos dois anos da minha vida e tudo o que aprendi até agora”, disse a artista numa entrevista à
Elle Uk com uma escolha de palavras tão vulnerável e terra a terra quanto as letras das suas canções.
Com apenas 34 minutos distribuídos por 12 faixas, o novo disco de Olivia Dean,
The Art Of Loving - com título inspirado pela obra da autora norte-americana bell hooks,
All About Love - reflete sobre o verdadeiro significado do amor e sobre todas as suas vertentes, tanto a romântica como a que diz respeito à autoestima e ao amor-próprio, vertentes amorosas tantas vezes descartadas e secundarizadas em comparação com o amor romântico por alguém (um outro).
“É bela a capacidade de amar alguém abertamente e facilmente. Mas por vezes pode meter-te em sarilhos”, afirmou, também, a cantora. “Eu não tolero merda de ninguém. Definitivamente não tanto quanto tolerava quando era mais nova. Sei o meu valor e como mereço ser amada. Não tenho tempo para tretas”, acrescentou.
Com grandes influências de pop, soul e R&B, o segundo disco de Olivia Dean tem recebido críticas maioritariamente positivas. O álbum foi considerado forte, delicado e íntimo, mas, acima de tudo, honesto e fidedigno à imagem que a artista procura transmitir.