Sábado – Pense por si

A fronteira militarizada da América

Nuno Tiago Pinto e Alexandre Azevedo, no Texas 02 de novembro de 2024 às 10:00

A pequena localidade de Eagle Pass, no Texas, junto à fronteira com o México, foi um dos pontos quentes da crise migratória do fim de 2023, quando milhares de pessoas tentavam atravessar diariamente o rio Grande para entrar ilegalmente no país. O governo estadual respondeu com o envio de milhares de militares, a construção de barreiras no rio, a ocupação de território público e a colocação de milhares de quilómetros de arame farpado para impedir a “invasão” – que hoje não existe e que divide a população.

Enquanto conduz o caiaque cinzento metalizado pelo rio Grande, na fronteira entre os Estados Unidos e o México, Jessie Fuentes respira fundo o ar puro do nascer do dia. Fecha os olhos e inclina a cabeça para trás de forma a que o sol lhe ilumine o rosto, do qual sobressai um farto bigode. Vestido de ganga da cabeça aos pés, com lenço ao pescoço, um chapéu de Indiana Jones e uma faca presa à cintura, segue um percurso que conhece como a palma das mãos. As águas estão calmas nesta manhã de setembro. Ouvem-se os pássaros a chilrear e, ocasionalmente, vê-se um peixe a saltar. Nesta zona do rio, alguns quilómetros a norte da cidade fronteiriça de Eagle Pass, parece que estamos num paraíso. "É um rio lindo. Conseguimos ver a beleza nos dois lados. E é assim que devia ser", diz à SÁBADO este professor reformado, cuja família vive na região há mais de 200 anos.

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