Sábado – Pense por si

Uma fortuna com casinos e couves

Joana Carvalho Fernandes 03 de abril de 2015 às 08:46

Manuel Violas tinha aversão a empréstimos, fez-se industrial, enriqueceu e ajudou a fundar o BPI, sendo actualmente o seu maior accionista. A mulher continuou a tratar da terra

Na manhã de 14 de Agosto de 1943, a igreja de Silvalde, em Espinho, ficou em suspenso. Aos 21 anos, Ana Gomes Soares estava pronta para realizar o sonho de se casar com um homem alto – se ele aparecesse. Na capela já se ouviam dúvidas dos convidados sobre as intenções de Manuel de Oliveira Violas, 26 anos, 1,71 m, vaidoso. Usava fatos e sapatos modernos, adorava gravatas, andava de mota, fumava cigarrilhas. Dizia que "mulher bonita não é pecado". Mas a noiva estava impassível. "Não saio daqui solteira", declarou. O noivo havia de aparecer. Afinal, a única condição que ele colocara para se casarem estava cumprida – Manuel já tinha juntado dinheiro suficiente para se lançar como industrial. Ana estava certa. Ele apareceu, e com uma boa justificação: os pneus do carro tinham sofrido vários furos. O casal foi de lua-de-mel para Lisboa – de comboio.

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