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Os impostos são chatos? Cinco mil anos de história respondem: nem por isso

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 12 de junho de 2024 às 23:00

Dos truques da evasão fiscal no Egito dos faraós às execuções (literais) dos devedores, passando por revoltas sangrentas: um livro que chega às bancas portuguesas este mês mostra que a longa história dos impostos tem de tudo.

No tempo dos faraós, os agricultores egípcios fugiam para o deserto para evitarem os impostos. Na Grécia antiga, os comerciantes aproveitavam as ilhas para venderem as suas mercadorias sem pagarem a taxa do porto. Nas procissões que passavam de uma terra para a outra na França do Antigo Regime, as mulheres caminhavam penosamente nas procissões religiosas não por penitência, mas porque levavam sal contrabandeado debaixo das saias. No Reino Unido do século XVIII, as pessoas muravam as suas chaminés para impedir a descida do “homem da chaminé”, que recenseava chaminés e fogões para um imposto. Em 1974, os ABBA vestiram-se de forma exuberante no festival da Eurovisão não só para darem espetáculo, mas para evitarem o imposto sobre a roupa usável no quotidiano – a criatividade de quem foge é tão rica como a de quem tributa.

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