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Trabalhadores da refinaria de Matosinhos serão ouvidos e tratados "com respeito"

13 de janeiro de 2021 às 17:40

O responsável sublinhou que os 401 trabalhadores afetos à refinaria de Matosinhos são a "principal preocupação" da empresa e apontou que estão a ser estudadas "as melhores soluções", entre as quais a continuação de 60 trabalhadores afetos ao setor logístico.

O Conselho de Administração da Galp garantiu esta quarta-feira que os 401 trabalhadores da refinaria de Matosinhos, que será encerrada este ano, serão ouvidos e tratados "com respeito e adiantou que há várias "caminhos possíveis" para aquelas pessoas.

"Deixar bem claro que a primeira responsabilidade em relação a estes colaboradores cabe à Galp. As pessoas serão ouvidas e todas serão tratadas com respeito e com a dignidade que se exige", garantiu José Carlos Silva, membro do Conselho de Administração da Galp, ouvido esta tarde no parlamento, pela Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, a requerimento do grupo parlamentar do PS.

O responsável sublinhou que os 401 trabalhadores afetos à refinaria de Matosinhos são a "principal preocupação" da empresa e apontou que estão a ser estudadas "as melhores soluções", entre as quais a continuação de 60 trabalhadores afetos ao setor logístico e, para os restantes, estão entre os cenários em avaliação a mobilidade interna e processos de reformas e pré-reformas.

Entre os "vários caminhos possíveis", prosseguiu, está também a abertura de processos de contratação na empresa, no sentido de integrar aqueles trabalhadores noutras funções dentro do grupo Galp.

Em causa está o anúncio, em 23 de dezembro, de que a Galp vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir deste ano.

A decisão afeta, segundo a empresa, 401 postos de trabalho diretos e, segundo os sindicatos, 1.000 indiretos.

"A Galp tem um diálogo aberto e permanente com as estruturas representantes dos trabalhadores", garantiu o administrador, adiantando que serão agendadas "várias reuniões" de contacto com "todos os colaboradores da refinaria de Matosinhos", que ocorrerão a partir da próxima semana.

O responsável referiu também que na última reunião entre o presidente do Conselho de Administração e a Comissão Central de Trabalhadores, em 25 de novembro, foi comunicado àquela estrutura que estavam em curso estudos relativamente ao aparelho refinador da Galp, incluindo uma avaliação sobre o futuro da refinaria de Matosinhos.

"A grande preocupação é criar condições para que, ao longo do tempo que vai decorrer para transformar a refinaria de Matosinhos num parque logístico - e que passa por uma atividade longa, nunca inferior a três anos, [...] que vai exigir a participação de um número elevado, considerável de trabalhadores, quiçá até mais do que aqueles que estamos a referir neste momento -- será um período suficientemente longo para permitir à própria economia se ajustar e criar perspetivas de continuidade para todos", apontou o administrador.

A Galp disse também ter mantido várias reuniões com a Câmara Municipal de Matosinhos, ao longo de 2020, para explicar os dois períodos de suspensão de produção (de abril a julho e de outubro a dezembro), devido à quebra na procura por causa da pandemia de covid-19.

Já com o Governo, José Carlos Silva disse não ter havido qualquer articulação no que diz respeito à decisão de encerrar a refinaria de Matosinhos, a não ser comunicá-la no dia em que foi tomada, uma vez que "as decisões da Galp são tomadas no âmbito dos seus órgãos".

A Galp garantiu, ainda, que o abastecimento à zona Norte do país não será afetado e que o 'pipeline' que liga a refinaria ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro será mantindo, não havendo, assim, qualquer disrupção de fornecimento àquela estrutura.

Quanto a projetos para reconversão daquela estrutura numa refinaria de lítio, José Carlos Silva disse que essa é apenas uma das possibilidades que estão a ser avaliadas, que incluem também projetos de hidrogénios, que considerou "importante no âmbito da transição energética".

O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.

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