Novo grupo de luxo? Prada quer comprar a Versace por 1,5 mil milhões de euros
A marca de luxo Versace poderá ser comprada pela italiana Prada, o que a tornará numa concorrente digna para competir com outros grupos de luxo como a LVMH ou a Kering SA.
A Prada SpA prepara-se para chegar a acordo com o grupo de luxo, Capri Holdings, com vista a comprar a italiana Versace por 1,5 mil milhões de euros.
A empresa com sede em Milão e a norte-americana Capri poderão finalizar o acordo pela compra da empresa de vestuário de luxo ainda este mês, segundo a Bloomberg. O entendimento permitiria que a Versace voltasse a ser propriedade de uma marca italiana e tornaria o grupo Prada num verdadeiro concorrente da francesa LVMH ou da Kering SA, no mercado da moda de luxo.
A Prada foi fundada em 1913 em Milão por Mario Prada, mas é gerida e liderada desde a década de 70 pela sua neta, Miuccia Prada que tem posse de cerca de 80% da empresa, em conjunto com o seu marido, Patrizio Bertelli. Uma possível aquisição da casa fundada pelo falecido Gianni Versace em 1978 permitiria à Prada criar um grupo de marcas de luxo.
Gianni foi morto a tiro em 1997 no exterior da sua mansão em Miami por Andrew Cunanan, e deixou a empresa familiar aos seus irmãos, Santo e Donatella Versace, e à sua sobrinha, Allegra Versace Beck. Em 2018, a Michael Kors Holding Group, agora conhecida como Capri Holdings, adquiriu a marca de luxo por cerca de 1,8 mil milhões de euros.
Neste momento, a LVMH que detém a Louis Vuitton e a Christian Dior, é ainda dona de marcas italianas como a Fendi e a Loro Piana e tem um valor de mercado de cerca de 347 mil milhões de euros. A Kering SA, outra concorrente de luxo , detém as marcas italianas Gucci e Bottega Veneta.
Esta compra da Versace pela Prada marcaria uma viragem na história da moda italiana, décadas depois das grandes marcas nacionais como a Gucci ou a Valentino terem sido compradas por rivais estrangeiros.
Segundo a Bloomberg, a empresa milanesa passou semanas a avaliar a Versace, e teve acesso exclusivo aos últimos dados financeiros, assim como as vendas da marca. A Prada surgiu como um dos vencedores do setor numa altura em que os artigos de moda de luxo estavam a passar por uma recessão. As suas vendas aumentaram no terceiro trimestre do ano passado, graças à sua marca, Miu Miu, popular entre consumidores mais jovens.
A Versace registou receitas de cerca de 180 milhões de euros no terceiro trimestre do atual ano fiscal, o que representa um declínio de 15% em relação ao ano anterior. Durante o mesmo período, as perdas da marca aumentaram de 13 milhões para 20 milhões de euros.
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