Mostrar preço das tarifas? Casa Branca fala em "hostilidade" e Amazon explica-se
A Amazon anunciou que ia subir o preço dos artigos e detalhar o peso das tarifas na nova tabela. A Casa Branca não gostou e considerou que a proposta da empresa norte-americana era "hostil" e um "ato político", o que levou a plataforma a justificar-se.
Existe um mercado antes e depois das tarifas impostas por Donald Trump, ao qual acresce um setor de comércio eletrónico em turbilhão. A Amazon revelou na segunda-feira que iria começar a apresentar opeso das tarifas no preço dos produtos.
Sem grandes detalhes, a plataforma de comércio digital explicou apenas que iria mostrar o preço de um produto e o valor extra da tarifa, apresentando depois o preço final.
Esta terça-feira, a Casa Branca veio criticar a empresa criada por Jeff Bezos. "Este é um ato hostil e político por parte da Amazon", lançou a secretária de Imprensa, Karoline Leavitt.
"Qual a razão da Amazon não ter feito o mesmo quando a Administração Biden elevou a inflação ao nível mais elevado em 40 anos? Esta é outra razão pela qual os americanos devem comprar produtos americanos", atirou Leavitt.
Contudo, fonte da Amazon veio justificar-se e dizer que o caso não seria conforme tinha sido noticiado. Um porta-voz da empresa disse ao The Wall Street Journal que esta funcionalidade iria apenas ser apresentada no Amazon Haul, a plataforma "low-cost" que visa concorrer diretamente com as gigantes chinesas, e não no site principal.
"A equipa que gere a loja 'low-cost' Amazon Haul considerou a possibiidade de incluir taxas de importação em alguns produtos. Nada foi considerado para o site principal da Amazon e nada foi implementado em nenhuma propriedade da Amazon", considerou o porta-voz.
Amazon statement: “The team that runs our ultra low cost Amazon Haul store has considered listing import charges on certain products. This was never a consideration for the main Amazon site and nothing has been implemented on any Amazon properties.”
A Amazon Haul funciona de forma semelhante à plataforma original, embora com produtos até 20 dólares, sendo que, de momento, está só disponível nos Estados Unidos da América. No entanto, estes pedidos são expedidos diretamente do centro de distribuição na China, o que influencia o custo de envio e agora as tarifas.
Os últimos dados dão conta de que cerca de 70% dos produtos comercializados pela Amazon têm a sua origem em território chinês.
A plataforma norte-americana não é a primeira a querer mostrar aos consumidores que o aumento de preços se deve às tarifas, e não a aumentos despropositados. A Shein revelou um aumento de preços de 377% e a Temu de 145% para cada produto, para os consumidores entenderem como é que as empresas chinesas estão a ser impactadas.
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