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Microsoft vai continuar negociações para comprar TikTok nos EUA

03 de agosto de 2020 às 07:26

A empresa assegura que todos os dados privados de utilizadores norte-americanos do TikTok vão ser transferidos para os EUA com a aquisição, garantindo que os mesmos serão "removidos de servidores fora do país após a sua transferência”.

A Microsoft anunciou no domingo que vai continuar as discussões para a possível compra da popular aplicação de vídeo chinesa TikTok nos Estados Unidos, um processo que prometeu concluir o mais tardar em setembro.

A decisão foi anunciada pela empresa sedeada em Redmond, estado de Washington, após o seu CEO, Satya Nadella, ter falado com o Presidente dos EUA, Donald Trump, que na sexta-feira anunciou a sua intenção de proibir a rede social chinesa no país.

"A Microsoft avançará rapidamente para continuar as discussões com a empresa-mãe do TikTok, ByteDance, numa questão de semanas, e em qualquer caso completar estas conversações o mais tardar até 15 de setembro de 2020", apontou a empresa norte-americana, em comunicado.

A base para as discussões foi uma notificação enviada por ambas as empresas ao Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), na qual comunicaram a sua intenção de explorar uma "proposta preliminar" que envolveria a aquisição do serviço da TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Durante o processo de conversações, lê-se no comunicado, "a Microsoft espera continuar o diálogo com o Governo dos Estados Unidos".

Com a aquisição, que, de acordo com o comunicado, seria sujeita a uma revisão de segurança completa e à entrega dos benefícios apropriados aos Estados Unidos, a Microsoft "asseguraria que todos os dados privados dos utilizadores norte-americanos do TikTok fossem transferidos e permanecessem" no país.

Além disso, a empresa de tecnologia disse que assegura que tais dados "sejam removidos de servidores fora do país após a sua transferência".

O Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse domingo que Trump pode forçar uma venda ou bloquear o TikTok devido ao risco que pode representar para a privacidade dos norte-americanos.

"Todos concordamos que tem de haver uma mudança. O Presidente (Donald Trump) pode forçar uma venda ou pode bloquear a aplicação da lei com o IEEPA (a Lei das Potências Económicas de Emergência Internacional dos EUA)", disse.

A lei permite o Presidente dos EUA bloquear transações e congelar bens se acreditar que existe uma "ameaça invulgar e extraordinária" à segurança nacional ou à economia no país.

TikTok, desenvolvido pela ByteDance com sede em Pequim, alcançou grande sucesso entre o público adolescente, mas ao mesmo tempo levantou sérias questões sobre a segurança dos dados dos utilizadores e as suas ligações com o Partido Comunista Chinês.

Washington e Pequim estão a viver um dos momentos mais críticos desde que os dois países estabeleceram relações em 1979.

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