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Medicamentos genéricos pouparam 362 milhões ao Estado e famílias

14 de outubro de 2020 às 10:24

De janeiro de 2011 a agosto de 2020, os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias geraram poupanças superiores a quatro mil milhões de euros.

Os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias pouparam este ano ao Estado e às famílias 362 milhões de euros, segundo dados divulgados por associações, que lançam hoje um "contador online" com o valor dessa poupança.

"Os cidadãos passam a poder consultar, em tempo real, em https://apogen.pt/index2.php, o valor da contribuição dos medicamentos genéricos para a economia portuguesa, que atravessa uma recessão sem precedentes", referem em comunicado conjunto a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), promotores da iniciativa.

Dados avançados à Lusa estimam que, de janeiro de 2011 a agosto de 2020, os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias geraram poupanças superiores a quatro mil milhões de euros.

As poupanças conseguidas para o Estado e utentes com a dispensa de genéricos têm apresentado "um crescimento significativo de ano para ano".

Em 2018 a poupança foi de mais 22,8 milhões de euros do que no ano anterior, em 2019 de mais 23,3 milhões de euros. Este ano, até agosto, comparativamente com o período homólogo o aumento foi de 12,7 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 4,3%.

"Os medicamentos genéricos são ainda mais importantes em épocas de crise, como esta que estamos a viver, pois além da qualidade inquestionável, são financeiramente acessíveis, permitem tratar mais cidadãos e são um pilar da sustentabilidade financeira do SNS", afirma o presidente da APOGEN, João Madeira, citado no comunicado.

O presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, adianta, por seu turno, que "as poupanças com os medicamentos genéricos permitem ao Estado libertar recursos para financiar o acesso à inovação terapêutica, que é imprescindível, mas tem custos muito elevados".

"Os farmacêuticos portugueses estão sempre do lado da sustentabilidade do SNS e da igualdade dos cidadãos no acesso à Saúde", declara Paulo Cleto Duarte.

A ANF e a APOGEN apelam ao Estado para criar condições para "a sustentabilidade da cadeia de valor que produz, distribui, comercializa e dispensa medicamentos genéricos, porque isso é indispensável à sustentabilidade do SNS e ao direito fundamental dos cidadãos à proteção na Saúde".

Segundo a HMR - Health Market Research, os genéricos mais vendidos em Portugal são para o tratamento do colesterol elevado, seguidos dos medicamentos utilizados para diminuir a acidez do estômago, curar ou facilitar a cicatrização da úlcera e prevenir ou tratar qualquer inflamação na mucosa do trato gastrointestinal.

Em terceiro lugar encontram-se os medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor, e em quarto lugar os analgésicos não narcóticos e antipiréticos.

O último relatório do Infarmed sobre a "Monitorização do consumo de medicamentos em meio ambulatório" indicava que, em junho deste ano, o preço médio dos medicamentos de marca era de 17,16 euros, enquanto o preço médio dos medicamentos genéricos é de 7,35 euros, uma redução de 57%.

A nível hospitalar, o preço médio dos medicamentos não protegidos por patente, onde se incluem os genéricos, é, em média, de 1,76 euros o que representa uma redução superior a 90% relativamente ao preço dos medicamentos de marca protegidos por patente, cujo preço médio é de 19,34 euros, segundo dados da IQVIA Portugal.

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