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Mark Zuckerberg defende Meta num julgamento de monopólio de mercado

Gabriela Ângelo 15 de abril de 2025 às 17:46

A aquisição do Instagram e do Whatsapp pela Meta está a ser apontada como uma estratégia para neutralizar a competição no mercado das plataformas de redes sociais.

O diretor executivo da Meta, Mark Zuckerberg, foi a tribunal esta segunda-feira para defender a sua empresa de acusações de deter o monopólio do mercado das redes sociais e de ter comprado o Instagram e o Whatsapp para eliminar a competição do Facebook. 

O caso foi apresentado pela Federal Trade Commission (FTC na sigla em inglês), a agência governamental norte-americana que aplica as leis de proteção do consumidor, em 2020, durante a primeira administração de Trump, alegando que as aquisições da Meta eram parte de uma "estratégia de comprar ou enterrar" a concorrência. Estas aquisições aumentaram a influência da Meta, privando os utilizadores de outras redes sociais e de matar a competição, acusa a FTC.

A Meta argumenta que existe alguma competição dentro do meio, com o crescimento do TikTok mas também pela existência do X (antigo Twitter) e do Youtube. Zuckerberg defende que ligar amigos e familiares é "um dos principais objetivos" da empresa, mas que a Meta também tem um papel na "ideia geral de entretenimento e no aprender sobre o mundo e descobrir o que está a acontecer". 

Em contra-argumento, a FCT apresentou provas de trocas de emails que iniciaram em 2011, onde o CEO nota o rápido crescimento do Instagram, "parece que o Instagram está a crescer rapidamente". Noutro email, um ano mais tarde, Zuckerberg critica que na Facebook estavam "tão atrasados, que nem sequer percebemos o quão atrasados estamos, preocupa-me que demoremos muito tempo a recuperar o atraso". Por fim, numa nota deixada por Zuckerberg, também em 2012, este debate a importância de "neutralizar" a plataforma. 

A Instagram foi comprada nesse ano e segundo a empresa Emarketer a plataforma de partilha de fotografias é responsável por mais de metade das receitas publicitárias da Meta nos Estados Unidos.  

"[Na Meta] decidiram que a concorrência era demasiado dira e que seria mais fácil comprar os seus rivais do que competir com eles", afirmou Daniel Matheson, advogado da FCT.

Zuckerberg argumenta que os emails representam conversações preliminares sobre a compra da plataforma, mas que o interesse de comprar o Instagram veio pela tecnologia da aplicação, não tanto por ser uma rede social. A Meta "adquiriu o Instagram e o Whatsapp para os melhorar e fazer crescer juntamente com o Facebook", argumentou Mark Hansen, o advogado da empresa. 

A FTC tem como objetivo desmantelar a empresa tecnológica de Zuckerberg, vendendo de volta o Instagram e o Whatsapp, que a Meta comprou por 1 mil milhão e 19 mil milhões de dólares, respetivamente. 

Esta ação judicial representa uma das três que foram apresentadas nos últimos anos contra empresas tecnológicas nos Estados Unidos. No ano passado, o departamento de justiça norte-americano venceu o seu caso contra a Google pelo seu monopólio nos motores de busca na internet. Entretanto, o departamento também processou a Apple, e a FCT a Amazon por violações de políticas de competição. 

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