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Madeira surge no 64º lugar em ranking de paraísos fiscais criado por ONG

30 de janeiro de 2018 às 22:18

O Índice de Segredo Financeiro ordena jurisdições segundo o grau do seu segredo e a escala das suas actividades offshore.

Portugal aparece na classificação de paraísos fiscais criada pela Organização Não-Governamental (ONG) Rede de Justiça Fiscal (TJN, na sigla em inglês), através da Madeira, em 64º lugar, entre 112 Estados.

Com uma pontuação de 55%, a Madeira surge mais perto do extremo "moderadamente secreto", correspondente ao intervalo 31-40%, do que do "excepcionalmente secreto" (91-100%), segundo o site daquela ONG, que dedica uma página inteira ao arquipélago.

Na ficha relativa aos serviços financeiros offshore da Madeira, menciona-se que o peso desta é inferior a um por cento do mercado global destes serviços, o que a torna um "operador pequeno".

A TJN adiantou que a sua informação é baseada em várias fontes de informação - notícias, legislação, regulação, relatórios - disponíveis em 30 de Setembro último.

Dos 20 indicadores usados para construir o índice, a Madeira tem as piores classificações em itens relacionados com a transparência legal relativa à entidade em causa -- propriedade, contas e taxa de imposto paga -- e com o registo de propriedade, designadamente limitada cooperação internacional e posse de outros activos.

O Índice de Segredo Financeiro ordena jurisdições segundo o grau do seu segredo e a escala das suas actividades offshore.

A TJN estima que uma quantia entre 21 biliões (milhão de milhões) e 32 biliões de dólares (17 biliões a 26 biliões de euros) de activos financeiros privados está escondida em jurisdições secretas, expressão que à de paraísos fiscais.

Esta ONG apontou que quantia de dinheiro que circula anualmente desta forma encapotada está algures no intervalo entre um bilião e 1,6 biliões de dólares. Por comparação, a ajuda externa dos EUA fica-se pelos 135 mil milhões de dólares.

Portugal é apontado expressamente como um dos perdedores com este fenómeno. Nas palavras da TJN: "Os países ricos também sofrem. Por exemplo, países europeus, como Grécia, Itália e Portugal foram postos de joelhos, em parte por décadas de evasão fiscal e pilhagem de recursos estatais, devido ao segredo dos offshores".

A informação está disponibilizada no sítio da organização na Internet, em https://www.financialsecrecyindex.com/.

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