Secções
Entrar

Google está a ponderar possível regresso à China

20 de junho de 2019 às 11:59

Empresa irá preparar um relatório sobre o impacto nos direitos humanos de um possível regresso através de uma versão censurada do motor de busca.

Um grupo de acionistas do Alphabet, dona do Google, pediu que a empresa prepare um relatório sobre o impacto nos direitos humanos de um possível regresso do famoso motor de pesquisa à China, com uma versão censurada.

A proposta destes acionistas foi rejeitada pela maioria durante a Assembleia geral anual que se realizou na quarta-feira na Califórnia, Estados Unidos.

A petição referia-se ao "Projeto Dragão Voador", um motor de pesquisa, censurado, da empresa para voltar a operar na China, onde não tem presença desde 2010.

"O Dragão Voador poderá aumentar o controlo do Governo chinês sobre os cidadãos, permitindo-lhe acompanhar pesquisas de indivíduos no Google", lê-se na moção apresentada pelo grupo de investidores, que não conseguiu apoio dos acionistas maioritários.

Depois do alvoroço no ano passado causado após a informação que saiu a público sobre este projeto, a Google anunciou que cancelou o projeto, mas informações publicadas recentemente pela imprensa apontam que o grupo norte-americano não abandonou a hipótese de um possível regresso à China.

Na resposta de rejeição da realização de relatório sobre o impacto nos direitos humanos, os acionistas maioritários garantiram que não há planos atuais para trazer" a Google de volta à China", nem está a ser desenvolvido qualquer trabalho sobre essa matéria.

O Google e ferramentas relacionadas estão bloqueados desde 2010, quando a empresa norte-americana e o Governo chinês não conseguiram chegar a um acordo sobre como deveria o motor de busca operar no país.

Mas segundo a imprensa norte-americana, o Google planeia relançar um motor de busca na China, com resultados censurados, para atender às exigências das autoridades.

A revelação levou o CEO da marca, Sundar Pichai, a testemunhar perante o Congresso dos EUA, onde negou que a gigante tecnológica tenha planos para operar na China, e afirmou que a empresa apoia a "liberdade de expressão e os direitos humanos".

A censura imposta por Pequim no ciberespaço resulta no bloqueio de vários portais estrangeiros e alguns serviços de "gigantes" do setor, como o Facebook, Google ou Twitter.

Considerada até há poucos anos o espaço mais livre na China, a Internet tem sido alvo de crescente censura, após a aprovação de uma lei de segurança no ciberespaço, no verão passado.

O Governo ordenou aos responsáveis por conteúdo 'online' que forneçam informação que esteja "ao serviço do socialismo e da orientação correta da opinião pública".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela