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FMI mantém crescimento português nos 2,5% em 2017

10 de outubro de 2017 às 14:13

O Fundo Monetário Internacional aconselha Portugal a avançar com reformas no mercado de trabalho e na Administração Pública

O Fundo Monetário Internacional (FMI) continua a prever que a economia portuguesa cresça 2,5% este ano e que abrande em 2018, crescendo 2%, aconselhando Portugal a avançar com reformas no mercado de trabalho e na Administração Pública.

No 'World Economic Outlook' divulgado hoje, o FMI estima que a economia portuguesa cresça 2,5% este ano, um ritmo que começa a cair para 2% em 2018 até aos 1,2% em 2022.

As previsões para este ano e para o próximo são idênticas às apresentadas pelo Fundo no final de Junho, quando concluiu a última missão pós-programa/do artigo IV a Portugal, mas ficam acima dos números divulgados na actualização do 'World Economic Outlook' de Abril.

Na altura, o FMI estimava que Portugal crescesse 1,7% este ano, 1,5% em 2018, 1,2% em 2019, 1,1% em 2020, 1% em 2021 e 1% em 2022.

No documento divulgado hoje, a instituição liderada por Christine Lagarde deixa algumas "prioridades políticas", dando o exemplo de Portugal para defender a necessidade de reformas no mercado de trabalho.

"A produtividade persistentemente lenta em alguns países levou a uma maior ênfase às reformas no mercado de trabalho e de produto, especialmente dada à escassez de margem orçamental, [uma vez que] já foi demonstrado que estas reformas aumentam a produtividade e o emprego e aumentam a resiliência a choques", afirma o FMI no primeiro capítulo do relatório.

Entre as prioridades para Portugal, França e Espanha, por exemplo, estão reformas na legislação referente à protecção no emprego para "reduzir uma dualidade no mercado de trabalho, como a flexibilização da contratação e do despedimento".

O Fundo fala de Portugal (e de Itália) para afirmar também que "alguns países têm margem para melhorar o clima de negócios e a qualidade da Administração Pública".

Entre outras medidas propostas pelo FMI para as economias desenvolvidas estão uma reforma do subsídio de desemprego e um reforço das medidas activas de trabalho (em França), uma redução da carga fiscal sobre o trabalho (França, Alemanha e Itália) e uma reforma dos enquadramentos legais de negociação colectiva para "facilitar o alinhamento dos salários com a produtividade" (em Itália e França).

Ainda no documento divulgado hoje, a instituição sediada em Washington estima uma taxa de desemprego de 9,7% este ano e de 9% no próximo, uma taxa de inflação de 1,6% e de 2% em cada um dos anos, e um excedente das contas externas de 0,4% do PIB em 2017 e de 0,3% em 2018.

No Programa de Estabilidade apresentado em Abril, o executivo estimou uma taxa de desemprego de 9,9% este ano e de 9,3% no próximo e uma taxa de inflação de 1,6% e de 1,7%, respectivamente.

Recorde-se que a estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano e de 1,9% em 2018, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento anual de mais de 2%.

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