Secções
Entrar

Ex-diretor da CGD diz que "é natural" que Vara tenha sido favorável a Vale do Lobo

16 de abril de 2019 às 22:26

Alexandre Santos recordou que era "Armando Vara que tinha o pelouro que negociou a participação" da Caixa no negócio.

O ex-diretor de empresas Sul daCaixa Geral de Depósitos(CGD) Alexandre Santos disse, esta terça-feira, no parlamento que "é natural" que Armando Vara tenha dado uma opinião favorável à operação deVale do Lobo.

"Na discussão de operação, é natural que o administrador de pelouro [Armando Vara] tenha dado uma opinião favorável à operação", afirmou Alexandre Santos sobre o financiamento a Vale do Lobo, na sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da CGD, que decorreu hoje na Assembleia da República, em Lisboa.

Numa troca de palavras com a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua, o ex-diretor da CGD referiu que, no entanto, não conseguia "dizer se houve debate entre os administradores e que houve um que defendeu e outros que não defenderam" a operação.

"Nós quando estamos no conselho não estamos a defender as operações", declarou Alexandre Santos, que revelou preferir o verbo "apresentar", relativamente a propostas, quando questionado por Mariana Mortágua se o ex-administrador da CGD Armando Vara, condenado por tráfico de influências, tinha "defendido o negócio em Conselho Alargado de Crédito [CAC]".

"Repare, não é uma grande adivinhação, uma vez que o negócio veio de Armando Vara, era Armando Vara que tinha o pelouro que negociou a participação", sustentou a parlamentar do BE.

Alexandre Santos acrescentou que a possibilidade de sindicar a operação de Vale do Lobo com outras instituições bancárias nunca foi uma "obrigação" e que caso a opção de sindicação tivesse sido delegada num administrador do banco "então já não era preciso voltar" ao CAC.

A deputada do BE mostrou-se então surpreendida pela presença da expressão "possibilidade de sindicar a operação" num dos documentos de financiamento a Vale do Lobo, se acabou por não ser tomada.

O ex-diretor de empresas Sul da CGD disse ainda que "nunca" viu uma votação formal nos conselhos de crédito em que participou, mas sim que "havia a discussão" e, no final da reunião, "dizia-se que a operação estava autorizada ou não estava autorizada".

Relativamente à avaliação de património dos administradores do projeto de Vale do Lobo, para eventualmente serem utilizados como garantia, Alexandre Santos disse que a Caixa não ponderou "o património dos avalistas com a operação de crédito", uma vez que "o dinheiro já estava do lado de lá".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela