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Covid-19: Eurogrupo acorda fundo de recuperação mas pede à UE que decida financiamento

09 de abril de 2020 às 22:39

O Eurogrupo pediu aos líderes europeus para decidirem "o financiamento mais apropriado", se através da emissão de dívida ou de "formas alternativas".

O Eurogrupo acordou hoje a criação de um fundo de recuperação após a crise gerada pela covid-19, mas pediu aos líderes europeus para decidirem "o financiamento mais apropriado", se através da emissão de dívida ou de "formas alternativas".

"Acordámos a criação de um fundo de recuperação, que irá alavancar a nossa economia e os investimentos que precisamos", anunciou o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, falando em videoconferência após a reunião dos ministros das Finanças europeus, que começou na terça-feira e esteve, entretanto, suspensa até ter sido retomada esta noite.

Frisando que "este será um fundo temporário e ligado às causas da covid-19", o também ministro das Finanças português frisou que caberá aos chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) decidir qual o seu financiamento.

Isto porque "alguns Estados-membros expressaram que o fundo deveria ser suportado pela emissão de dívida conjunta [os chamados ‘eurobonds’ ou ‘coronabonds’], enquanto outros defenderam formas alternativas", referiu Mário Centeno, num resumo das posições divergentes.

O líder do fórum dos ministros da zona euro – que nestas discussões tem funcionado num formato alargado – vincou que os responsáveis presentes na reunião "concordaram que é preciso delinear algo novo".

"Agora aguardamos as diretrizes do Conselho Europeu porque há formas diferentes de suportar este fundo e temos de discutir o financiamento apropriado", acrescentou.

Vincando que "a dimensão da crise dependerá sempre da duração dos bloqueios" nos países, dadas as medidas nacionais de emergência adotadas para tentar conter a pandemia, Mário Centeno salientou que o foco agora "é em lutar contra o vírus".

"E assim que começarmos a retomar [a vida quotidiana], conseguiremos determinar a dimensão deste fundo e ele deverá estar disponível assim que começarmos a recuperação" económica, adiantou Mário Centeno.

Ainda assim, admitiu: "Será uma crise muito profunda, embora temporária".

Esta reunião do Eurogrupo, que era considerada decisiva, teve início na terça-feira à tarde e foi suspensa ao início da manhã de quarta-feira, após 16 horas de discussões. Deveria ter sido retomada hoje às 16:00 de Lisboa, mas começou às 20:30, depois de horas de contactos à margem que permitiram ‘desbravar’ caminho para um entendimento, que Mário Centeno anunciava ser fundamental.

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