"Confiança não era infundada", diz Costa
Primeiro-ministro feliz com números de crescimento do PIB. Marcelo pede 2% de crescimento no final do ano
O Governo e o Presidente da República não esconderam o contentamento pelos números alcançados por Portugal no primeiro trimestre do ano. Para o primeiro-ministro, António Costa, o crescimento de 2,8% demonstra que "a confiança dos portugueses não era infundada". Marcelo Rebelo de Sousa, por seu turno, manifestou-se "feliz" com os números divulgados pelo INE, mas pediu que "não se embandeire em arco".
Antes de iniciar uma visita a uma empresa hortofrutícola em Odemira, Beja, António Costa recordou que as previsões do governo eram "mais conservadoras" do que os dados divulgados esta segunda-feira. "Isto demonstra bem que temos tido uma combinação equilibrada de políticas que nos permitiu ter o menor défice e também o maior crescimento dos últimos anos", acentuou.
Para o primeiro-ministro, os números do INE "mostram que é possível alcançar melhores resultados" e "confirmam que a prioridade que foi dada à reposição de rendimentos das famílias portuguesas não comprometeu a competitividade, pelo contrário, reforçou a coesão e a confiança, que são indispensáveis ao crescimento".
"Acho que temos boas razões para estarmos confiantes", acrescentou Costa, embora indicando que há ainda "todo um ano pela frente".
O primeiro-ministro frisou, contudo, que a política seguida "está adequada", até porque os dados são "consistentes com o crescimento que o emprego tem tido, com o aumento do investimento, das exportações e com o crescimento sustentado do consumo interno" "Aquilo que os dados têm consistentemente vindo a demonstrar desde meados de 2006 é que o ciclo de desaceleração da economia foi invertido e tem tido uma aceleração sustentada", salientou.
António Costa disse, porém que o Executivo de "continuar a trabalhar" para reforçar a confiança e travar as desigualdades. "Temos de trabalhar para continuar a aumentar o investimento, o emprego, as exportações, reforçar a confiança, para termos maior crescimento, melhor emprego e menos desigualdades", concluiu.
"É fundamental um crescimento acima de 2%"
Em Lisboa, o Chefe de Estado pediu que se mantenha o valor ao longo do ano para que Portugal possa crescer "claramente acima dos 2%". "Não embandeirar em arco, ficar feliz, para não dizer mesmo bastante feliz, e tentar manter este ritmo ou um ritmo próximo no resto do ano", afirmou Marcelo no final de uma aula-debate no Liceu Camões sobre Álvaro Cunhal, em Lisboa.
O chefe de Estado sublinhou que "se se mantiver" o ritmo de crescimento da economia - segundo o INE, 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e 1% comparando com o trimestre anterior - poderá atingir-se o valor a que apelou: "Um crescimento claramente acima dos 2%".
"Vamos ver se se mantém, se se mantiver pode dar um número histórico", afirmou, escusando-se a pronunciar se o Governo poderá rever em alta a sua previsão de crescimento para este ano.
"É uma decisão do Governo, não me pronuncio. Permite esperar, se se mantiver, um valor muito positivo para este ano mas é preciso que se mantenha para se atingir aquilo que é fundamental que é um crescimento acima de 2%", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou o crescimento de 1% em relação ao trimestre anterior porque "é a comparação imediata que importa", e classificou como positivo o aumento das exportações.
"Porque é que é importante? Porque corresponde a um trimestre em que o turismo por natureza não é muito forte, é um efeito de exportações muito mais vasto", destacou.
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