Secções
Entrar

Comprar casa nas Baleares? Governo quer seja só para residentes

Márcia Sobral 17 de janeiro de 2023 às 12:41

Maiorca, Menorca e Ibiza têm-se se tornado "ilhas fantasmas" na época baixa, mas os preços das habitações não param de aumentar por causa dos investidores estrangeiros.

OCanadá deu o pontapé de saídae agora há mais países a querer ir atrás. As Ilhas Baleares, em Espanha, querem proibir os não residentes de comprar propriedades para combater o aumento dos preços das casas. Para tal, o presidente das baleares já pediu ao governo espanhol para fazer "pressão na União Europeia".

REUTERS/Enrique Calvo

Nos últimos anos, durante a época baixa, as ilhas de Maiorca, Menorca e Ibiza têm-se tornado numa espécie de "aldeias fantasma", repletas de casas vazias e quase sem população local. Apesar da aposta clara no turismo, segundo o The Guardian, a economia das ilhas começa a fraquejar uma vez que há cada vez mais bares e restaurantes a fechar portas por não aguentarem os negócios apenas na época alta.

E analisando os números é possível perceber que o problema é real. De acordo com Instituto Nacional de Estatísticas de Espanha, no ano passado, 39% das casas foram compradas por investidores estrangeiros e os arrendamentos e as hipotecas aumentaram cerca de 30%. Estes valores tornaram estas três ilhas nos locais mais caros para se ter uma habitação em Espanha.

Um exemplo claro deste aumento é a vila de Deià, em Maiorca, onde o metro quadrado chega a custar 6.091 euros. Nesta pequena vila há T2 há venda por 1,6 milhões de euros e cerca de 200 habitações estão completamente vazias (sendo usadas apenas durante os meses de verão).

Porém, a probabilidade da medida do governo das Baleares ser aprovada é bastante baixa uma vez que o maior entrave se prende com o facto de contrariar o princípio europeu da livre circulação. Se é certo que dificilmente a União Europeia aceitaria uma medida "tão extremista", também o é que já aprovou exceções para alguns países (e é este o argumento que o governo das Baleares está a usar).

No caso dos Alpes Austríacos, a região foi reconhecida como tendo "demasiada procura externa" e foram aprovadas medidas para proteger "a importância cultural e beleza natural" da localidade. Também nas ilhas Aland, na Finlândia, foram impostos limites para a compra de segundas habitações e na Croácia, os cidadãos europeus apenas podem comprar terrenos agrícolas depois de residirem no país por mais de dez anos.

Já no caso do Canadá, Justin Trudeau, primeiro-ministro, defendeu que "as casas são para as pessoas, não para os investidores" e este ano aprovou uma nova legislação que impede todos os "não cidadãos" de investir no mercado nos próximos dois anos. As únicas exceções são aplicadas a imigrantes e a todos aqueles que apresentem um pedido de residência permanente.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela