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Paris2024: Russos e bielorrussos fora da cerimónia de aberatura

Lusa 19 de março de 2024 às 19:30

Atletas russos e bielorrussos autorizados a participar vão ter uma bandeira neutra, com a sigla AIN sobre um fundo verde, sem os anéis olímpicos, além de um hino, com música original a apresentar pelo COI, no que será um "momento de dignidade" sem letra, e que apenas será tocada em caso de medalha de ouro.

Os desportistas russos e bielorrussos autorizados a competir em Paris2024, enquanto atletas individuais neutros, não vão poder participar na cerimónia de abertura, informou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI).

REUTERS/Stephanie Lecocq

O organismo garantiu que os mesmos "vão ter a oportunidade de vivenciar o evento", contudo justificou a sua decisão com o facto destes competirem a "título individual" num momento destinado apenas às seleções nacionais: a festa vai decorrer em 26 de julho no Rio Sena, em Paris.

A atitude do COI vai de acordo à tomada em relação a quatro elementos da antiga Jugoslávia durante os Jogos Barcelona1992, igualmente fora da cerimónia de abertura.

James Macleod, diretor de Solidariedade Olímpica do COI, revelou ainda que o medalheiro não terá referências a "indivíduos neutros", decisão também alinhada com as do Comité Paralímpico Internacional, para a cerimónia que vai decorrer em 28 de agosto.

Os atletas russos e bielorrussos autorizados a participar vão ter uma bandeira neutra, com a sigla AIN sobre um fundo verde, sem os anéis olímpicos, além de um hino, com música original a apresentar pelo COI, no que será um "momento de dignidade" sem letra, e que apenas será tocada em caso de medalha de ouro.

"Como todos os outros atletas, os AINs terão que assinar as condições de participação aplicáveis a Paris2024¸que contêm o compromisso de respeitar a Carta Olímpica, incluindo a missão de paz do Movimento Olímpico", sublinhou o COI.

Dos cerca de 6.000 desportistas já apurados, apenas 12 russos e sete bielorrussos estão qualificados, sendo que o organismo projeta o "cenário mais provável" de 36 russos e 22 bielorrussos.

De acordo com o estudo, no "máximo" serão 55 russos e 28 bielorrussos, respetivamente, quando em Tóquio2020 foram 330 dos primeiros e 104 dos segundos.

Aqueles que se qualificaram vão ser sujeitos ao crivo de um painel de análise da sua elegibilidade, nomeadamente em aspetos relacionados com a invasão à Ucrânia.

Esta equipa será composta por um vice-presidente do COI, Nicole Hoevertsz, de Aruba, um elemento dos comités de ética, o espanhol Pau Gasol, e dos atletas, o sul-coreano Seung Min Ryu.

A decisão sobre a cerimónia de encerramento, que tradicionalmente reúne atletas e não delegações, sujeita a um protocolo menos rigoroso, "será tomada posteriormente".

Entretanto, persistem as conversações com o Afeganistão no sentido do regime talibã, que tem limitado severamente o desporto para as mulheres, permitir uma "representação mista" em Paris2024.

O comité olímpico da Guatemala viu ser-lhe levantada a suspensão por ingerência política.

O COI deixou ainda uma mensagem aos comités olímpicos nacionais e atletas que participarão nos Jogos da Amizade que a Rússia vai organizar após Paris2024, revelando que o comité executivo irá analisar as ocorrências após o evento: foi recomendada "cautela com Jogos politizados".

Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.

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