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Fernando Santos: "Não digam outra vez que foi demérito dos adversários"

11 de julho de 2016 às 01:15

Fernando Santos admitiu que a lesão de Ronaldo forçou a uma mudança da "estratégia montada" para o jogo contra a França, mas que a equipa teve mérito. E confessou o orgulho que tem nos seus jogadores - os convocados e os não convocados

O seleccionador nacional, Fernando Santos, não tem dúvidas que Portugal se sagrou campeão da Europa por mérito próprio, vencendo um jogo em que foi obrigado a mudar de estratégia devido à lesão de Ronaldo.  "Acho que foi com mérito próprio. Desta vez não digam outra vez que foi demérito dos adversários, já cansa um bocadinho", disse, em declarações à RTP na zona mista do estádio de Saint Denis, onde se disputou a final do Euro2016.

Na ocasião, Fernando Santos admitiu que a lesão de Ronaldo, que obrigou à substituição do capitão da selecção, forçou a uma mudança da "estratégia montada" para o jogo contra a França. "Tivemos de mudar de estratégia. Tínhamos uma estratégia montada, tivemos que a mudar obviamente, sempre acreditando que podíamos controlar o jogo de alguma forma. Tínhamos que criar uma condição de jogo diferente, acho que conseguimos", declarou.

 

De resto, o técnico elogiou Ronaldo, que demonstrou uma "vontade tremenda", dentro e fora de campo. "É um jogador que a qualquer momento pode resolver um jogo. Ele foi fantástico. A vontade dele era tremenda, ele tentou duas vezes [continuar em jogo] e não conseguiu. Mas depois foi tremendo aqui na cabine e no banco, foi um verdadeiro capitão na verdadeira acepção da palavra, mesmo não estando em campo. E, por isso, está de parabéns. Ele e toda a equipa", sublinhou.

 

Fernando Santos confessou ainda ter sempre pensado que a final de Paris "podia ser muito importante para o Éder", autor do golo que deu a Portugal título europeu. "Quando o coloquei ele disse-me:´vou fazer o golo´. E fez mesmo, está de parabéns", confidenciou.

 

Na sala de imprensa, o seleccionador leu uma carta com vários agradecimentos, após a conquista do Campeonato da Europa de futebol, que assumiu na "flash" ter sido escrita há quatro semanas. "Quero deixar uma palavra ao especial ao presidente [Fernando Gomes] pela confiança que sempre depositou em mim. Não esqueço que comecei com um castigo de oito jogos, a toda a direcção e aos que viveram comigo estes meses. Aos jogadores, quero dizer mais uma vez que tenho enorme orgulho em ter sido seu treinador a estes e aqueles que não estiveram presentes, também é deles esta vitória", começou por ler Fernando Santos.

 

O seleccionador português continuou os agradecimentos, dirigidos à família, recordando a memória do seu pai. "O meu desejo pessoal é ir para casa, dar um beijo do tamanho do mundo à minha mãe, mulher, filhos, ao meu neto, ao meu genro e minha nora e ao meu pai, que, junto de Deus, está seguramente a celebrar. A todos os amigos, um abraço muito apertado de obrigado pelo apoio, mas principalmente pela amizade", afirmou.

 

Conhecido pela sua fé, o líder da selecção reforçou essa convicção: "Por último, mas em primeiro, quero ir falar com o meu maior amigo e sua mãe, dedicar-lhe esta conquista e agradecer por me ter convocado e agradecer por me ter concedido o dom da sabedoria, da perseverança e humildade para guiar esta equipa, com ele a ter-me iluminado e guiado. Por tudo o que espero e desejo seja para glória de seu nome", concluiu.

 

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