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Fernando Santos: "Esta família é indestrutível"

11 de julho de 2017 às 19:23

Seleccionador nacional relembrou a conquista do Euro2016, falou sobre o futuro e elogiou Ronaldo

O seleccionador nacional, Fernando Santos, assumiu, esta terça-feira, que quer levar Portugal além da conquista do Euro2016 e assegurou que "não é utópico" conseguir novas vitórias nas próximas décadas do futebol português.

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Foto: Fernando Ferreira
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 Em declarações aos jornalistas na Cidade do Futebol, em Oeiras, um ano depois da apoteótica chegada a Lisboa com a taça de campeões europeus, o treinador português lembrou que esse estatuto cimentou a "fasquia elevada" que colocou aos jogadores desde "o primeiro dia" em que chegou ao comando da selecção. "A fasquia já está elevada e não pode subir mais. Portugal afirma-se como candidato a vencer todas as provas em que entra. Outra coisa é pensar que Portugal tem agora a obrigação de ganhar sempre todas as provas que disputa. Portugal tem a obrigação de ter a fasquia elevada no compromisso de lutar por todas as provas", disse.

No entender do seleccionador nacional, o triunfo no Euro2016 marcou uma viragem, pois mostrou a Portugal que a sua selecção também consegue vencer em provas internacionais e que encontrou agora "um rumo" para o futuro. "Portugal vai ser sempre um candidato nas provas que vai disputar, porque tem talento, capacidade, encontrou o seu rumo. Nós já encontrámos o rumo, sabemos o que é ganhar e é o ganhar que traz ainda mais consistência às equipas. Portugal não vai ganhar sempre, mas vai lutar sempre", disse.

 No horizonte dos campeões europeus está já o Campeonato do Mundo de futebol de 2018, para o qual Portugal luta ainda pelo apuramento. No entanto, o seleccionador português sublinhou a importância de continuar a manter a ambição e lutar pela superação do título europeu. "Procuramos ser melhores e ser melhor é superar e conquistar sempre coisas positivas. Esse é o nosso objectivo", sentenciou.


"Cristiano tem tido um papel importantíssimo"
Aos jornalistas, Fernando Santos atribuiu o mérito da vitória em Paris aos jogadores e à Federação Portuguesa de Futebol. E disse que, apesar do talento da nova geração que começa a despontar na selecção, o sucesso requer equilíbrio e união na equipa.

"Para ganhar é preciso ter equilíbrio. O talento é fundamental, mas não chega para ganhar. Não há nenhuma equipa no mundo que ganhe um Campeonato da Europa sem jogar bem. Agora, não se perde a identidade por pensar também no adversário. Podemos continuar a acreditar em ganhar", afirmou.

Sem deixar de elogiar o trabalho da FPF ao nível da formação, Fernando Santos salientou também que as "bases estão lançadas" e que a vitória no Europeu "não foi sorte". Sobre as críticas à qualidade de jogo apresentada pela equipa das 'quinas' na prova, o técnico recorreu a uma comparação com a Alemanha para defender a sua equipa.

 "Pode não ter sido espectacular, mas a Alemanha também ganha muitas vezes sem ser espectacular", disse, acrescentando: "O que nos levou a ganhar foi potenciar o que tínhamos de bom e limitar ao máximo o que havia de menos bom. Conseguimos eliminar o que era potencialmente forte no adversário, não abdicando de procurar aplicar as nossas capacidades."

 A liderança de Fernando Santos foi também colocada em paralelo com o peso do capitão Cristiano Ronaldo no seio do grupo. Reconhecendo a importância do avançado português do Real Madrid para os colegas, o seleccionador não deixou de clarificar a existência de uma "hierarquia" na estrutura.

"Há uma hierarquia nas lideranças. O Cristiano tem tido um papel importantíssimo nesta união, sobretudo pela sua forma de estar. Muitos destes jogadores coleccionaram cromos do Cristiano e quando chegam à selecção encontram afinal um colega com uma disponibilidade incrível. E essa liderança não colide em nada com a liderança natural do treinador", frisou.

Por outro lado, o treinador português explicou que os 'heróis' do Euro2016 não o condicionam nas suas escolhas para o futuro da selecção portuguesa, dando mesmo o exemplo das alterações no lote de convocados entre a prova do ano passado e a recente Taça das Confederações.

"Não condicionam as escolhas. Construímos esta união do grupo antes de irmos para Marcoussis, pois se tivesse sido só em Marcoussis não teria funcionado. Quase todos os jogadores mandaram mensagens antes da Taça das Confederações. Esta família mantém-se e é indestrutível", disse.

 

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