Filipa Bessa,, investigadora da Universidade de Coimbra aponta que ainda não foram descobertos microplásticos em órgãos humanos mas sim um método que os pode detetar em laboratório
A deteção de microplásticos em órgãos humanos está ainda por provar, alertou hoje a investigadora Filipa Bessa, especialista da área dos microplásticos, numa nota enviada à agência Lusa.
Filipa Bessa, da Universidade de Coimbra (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente – MARE) precisou que ainda não foram descobertos microplásticos em órgãos humanos mas sim um método que os pode detetar em laboratório, uma informação, disse, que é confirmada por investigadores em vários países.
A nota surge a propósito de uma notícia divulgada a nível mundial este mês de que pela primeira vez tinham sido encontrados microplásticos em órgãos humanos.
Cientistas norte-americanos anunciaram ter detetado microplásticos em órgãos e tecidos humanos num trabalho apresentado numa reunião da Sociedade norte-americana de Química. Os responsáveis, da Universidade de Arizona, deram como exemplos amostras colhidas em pulmões, fígado, baço e rins.
Filipa Bessa alertou no entanto que os próprios investigadores mudaram depois a ideia principal da informação, e se antes tinham dito a frase "microplásticos encontrados em órgãos humanos" emendaram para "microplásticos são agora detetáveis em órgãos humanos".
O que fizeram então os investigadores norte-americanos? A especialista explica-o assim: "Estes investigadores adicionaram microplásticos (esferas) a órgãos humanos (pulmões, fígado, rins e outros) que tinham sido doados para fins científicos, e testaram um método de citometria para os detetar e foram estes os resultados da experiência. De facto, detetaram microplásticos, mas que eles próprios colocaram nos tecidos, de forma a quantificar e identificar os mesmos (mas ainda nem publicaram o método)".
A investigadora portuguesa disse à Lusa que a primeira informação divulgada se disseminou "por todo o lado" e que investigadores de vários países estão a clarificar o que de facto se passou. O que sabemos, explicou em declarações à Lusa, é que há microplásticos no ambiente e que os mesmos já foram detetados em fezes humanas, mas não há informação científica da sua deteção em tecidos.
"Ainda não há evidências publicadas de que há microplásticos em tecidos humanos, mas a ausência de evidências não quer dizer não haver. Temos de investigar, mas nada se pode confirmar ainda", disse Filipa Bessa.
Da mesma forma, acrescentou, também não há ainda nenhuma evidência científica sobre os efeitos dos microplásticos na saúde humana, embora estejam a decorrer projetos nos Países Baixos para estudar essa relação.
O mundo dos microplásticos é ainda muito desconhecido para se terem muitas certezas, disse a investigadora.
A notícia que levou ao esclarecimento de Filipa Bessa foi divulgada em todo o mundo a 17 de agosto.
Microplásticos em órgãos humanos está por provar, diz especialista portuguesa
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