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Reduzir o número de mortes por cancro "só se faz com mais ciência"

26 de abril de 2019 às 15:11

Manuel Heitor frisou que Portugal tem a ambição de atingir a meta de que três em cada quatro doentes de cancro tenham uma perspetiva longa de vida em 2030.

A meta de três em cada quatro doentes decancrocom perspetiva longa de vida em 2030 só se consegue atingir "com mais ciência", afirmou hoje o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

No 10.º aniversário do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra, Manuel Heitor frisou que Portugal tem a ambição de atingir a meta de que três em cada quatro doentes de cancro tenham uma perspetiva longa de vida em 2030 e isso, frisou, "só se faz com mais ciência".

Essa meta "exige mais ciência para se poder reduzir" as mortes provocadas pelo cancro, sendo também necessário "mais formação" em medicina e em tecnologias de saúde, por forma a alcançar esses objetivos, vincou Manuel Heitor.

O esforço também tem de ser centrado na articulação da formação, produção de novo conhecimento e desenvolvimento de equipamentos "com toda a área da prevenção, cura e tratamento oncológico", explicou.

Para o ministro, o ICNAS e o seu novo ciclotrão, inaugurado hoje, demonstram "bem a capacidade" que já há hoje em Portugal para o país "integrar as principais redes europeias na área do tratamento e da prevenção do cancro".

Nesse sentido, o Governo está a trabalhar para que Portugal integre a rede dos principais hospitais e centros de investigação na área do cancro, denominada "EU Cancer Core", já em 2020, avançou.

"Para isso, é preciso, a nível nacional, articular muito do trabalho que está a ser feito aqui, nos centros de investigação, nos hospitais, nas faculdades de medicinas e nas escolas de enfermagem e tecnologias de saúde para integrarem a Rede Nacional dos centros compreensivos de cancro", vincou.

O ciclotrão (acelerador de partículas) hoje inaugurado foi desenvolvido pela Universidade de Coimbra (UC), em parceria com a multinacional belga IBA, sendo pioneiro a nível mundial, ao tornar mais acessível um diagnóstico preciso e fiável do cancro da próstata e do cancro do pâncreas.

Este acelerador de partículas vai otimizar a produção do isótopo Gálio-68, fundamental para o diagnóstico de cancro da próstata e do cancro do pâncreas, até aqui de difícil acesso, num investimento de dois milhões de euros, repartido entre a UC e a IBA.

A tecnologia para a produção deste isótopo e transformação em radiofármaco foi completamente desenvolvida pelo ICNAS e a criação de ciclotrões que permitem extrair o Gálio-68 de forma otimizada, mais pura e mais eficiente, foi feita em colaboração com um dos maiores fabricantes de ciclotrões a nível mundial, a IBA, explicou à agência Lusa o coordenador do projeto, Francisco Alves, do instituto da UC, durante uma visita à fábrica belga, perto de Bruxelas, em fevereiro.

Hoje, na inauguração, o reitor da UC, Amílcar Falcão, salientou que este novo ciclotrão vai permitir aumentar a produção de radiofármacos do ICNAS, ao mesmo tempo que potencia o valor do Gálio-68.

Segundo Amílcar Falcão, a UC vai também aproveitar "o que resta do atual quadro comunitário e o próximo quadro comunitário para conseguir ir ainda mais longe nesta área".

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