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Nobel da Química para cientistas que estudam proteínas

Diogo Barreto 09 de outubro de 2024 às 10:47

Prémio vai para David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper “pelo 'design' computacional de proteínas” e “pela previsão da estrutura de proteínas”.

O Nobel da Química foi atribuído a três cientistas que estudaram proteínas. David Baker vai repartir o prémio com a equipa de Demis Hassabis e John M. Jumper. 

TT News Agency/Christine Olsson via REUTERS

De acordo com o Comité do Prémio Nobel, que atribui os galardões, o premiado David Baker criou em 2023 a primeira proteína "totalmente diferente de todas as existentes", algo descrito como "um desenvolvimento extraordinário". A outra metade do prémio, "pela previsão da estrutura de proteínas", foi entregue a Demis Hassabis e John M. Jumper em conjunto.

A proteína, Top7, criada pelo professor da Universidade de Washington, em Seattle (Estados Unidos), tem uma "estrutura única que não existia na natureza", possuindo 93 aminoácidos (unidades formadoras de proteínas), sendo maior "do que qualquer outra produzida anteriormente". David Baker também lançou um código para o 'software' de computador Rosetta, que tem sido desenvolvido pela comunidade de investigação, encontrando novas áreas de aplicação. Em 2020, os cientistas agora premiados apresentaram um modelo de IA intitulado AlphaFold2 e com ele conseguiram prever a estrutura de praticamente todas as 200 milhões de proteínas já identificadas.

Os galardoados Demis Hassabis e John M. Jumper utilizaram a Inteligência Artificial (IA) para prever a estrutura de quase todas as proteínas conhecidas.

Esta segunda-feira, foi atribuído o Nobel de Medicina a Victor Ambros e Gary Ruvkun pela descoberta do microRNA e na terça-feira o Nobel da Física foi entregue a John J. Hopfield e Geoffrey E. Hinton por trabalho fundamental em tecnologia de redes neurais artificiais de aprendizagem.

Em 2023 o Nobel da Química foi atribuído a Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov, pela "descoberta e síntese de pontos quânticos", nanopartículas tão pequenas que é o seu tamanho a determinar as suas propriedades. Estas partículas têm propriedades únicas que estão presentes nos ecrãs LED das televisões e em lâmpadas, acelerando reações químicas e permitindo iluminar tecido canceroso a um cirurgião durante uma operação.

Os laureados com o Nobel recebem um prémio pecuniário de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente 968 mil euros) a dividir entre os premiados. 

Os Nobel foram criados pelo inventor sueco Alfred Nobel que deixou em testamento que a sua fortuna devia ser utilizada para financiar "prémios daqueles que, durante o ano anterior, trouxeram mais benefícios à humanidade". O inventor da dinamite morreu em 1895, mas devido a uma disputa legal do seu testamento, os prémios só começaram a ser atribuídos em 1901. A curadoria dos prémios está a cargo de instituições suecas, exceto o Nobel da Paz que é decidido pelo parlamento norueguês.

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