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NASA lança no sábado a sonda que vai estar mais perto do Sol

09 de agosto de 2018 às 12:39

Uma das metas dos cientistas é perceber como a energia e o calor circulam através da coroa solar (constituída por plasma, gás ionizado formado a altas temperaturas) e explorar o que acelera o vento solar e as partículas energéticas.

A agência espacial norte-americana NASA lança no sábado uma sonda que irá 'viajar' até bem perto da coroa do Sol, a camada mais externa da sua atmosfera, tornando-se no primeiro aparelho a estar tão próximo da estrela.

O lançamento do engenho, o "Parker Solar Probe", será feito do Cabo Canaveral, na Florida, nos Estados Unidos, com hora prevista para as 03:33 locais (08:33 em Lisboa).

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Foto: Getty Images
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A sonda irá 'navegar' pela atmosfera do Sol e, segundo a NASA, vai aproximar-se da superfície do 'astro-rei' como nunca antes uma sonda o fez, permitindo obter as observações mais próximas de uma estrela.

Na maior aproximação ao Sol, o escudo térmico da sonda, feito de carbono, vai enfrentar temperaturas perto dos 1.377ºC. À superfície, a temperatura do Sol atinge os 5.500ºC. Na coroa, a parte mais exterior da sua atmosfera, visível como um anel durante os eclipses, os termómetros chegam aos dois milhões de graus Celsius.

Aproveitando a gravidade do planeta Vénus, o segundo mais próximo do Sol, a sonda vai chegar perto o suficiente do Sol para, de acordo com a NASA, captar a variação da velocidade do vento solar (emissão de partículas energéticas provenientes da coroa, sobretudo electrões e protões) e ver o 'berço' das partículas solares de maior energia.

Uma das metas dos cientistas é perceber como a energia e o calor circulam através da coroa solar (constituída por plasma, gás ionizado formado a altas temperaturas) e explorar o que acelera o vento solar e as partículas energéticas.

Justificando a importância da missão, que durará sete anos, a NASA salienta que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua 'esperança de vida' e alterar o funcionamento de equipamentos electrónicos a bordo, assim como pôr em perigo a vida de astronautas.

A sonda tem o nome do astrofísico norte-americano Eugene Parker, de 91 anos, que apresentou, na década de 50, uma série de conceitos para explicar como as estrelas, incluindo o Sol, libertam energia. Chamou vento solar à 'cascata' de energia do Sol e descreveu todo um "sistema complexo" de plasmas, campos magnéticos e partículas energéticas associado ao conceito de vento solar.

A NASA lembra que Parker teorizou uma explicação para a temperatura extremamente elevada da coroa solar, que, ao contrário do que seria expectável, é mais quente do que a superfície do Sol apesar de ser a camada mais externa da atmosfera.

A sua teoria sugere que erupções solares regulares, mas pequenas, podem causar este calor intenso.

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