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Mundo só está a cumprir um dos objetivos para travar aumento da temperatura

Luana Augusto 22 de novembro de 2023 às 17:37

A conclusão é de um relatório do World Resources Institute, que analisou o estado da ação climática em 2023. Ritmo de venda de carros elétricos é o único indicador satisfatório.

A organização World Resources Institute lançou um relatório que revela que o mundo só está a cumprir um entre 42 indicadores que podem impedir o aumento da temperatura global em 1,5ºC até 2030: a venda de carros elétricos, cujo ritmo é bom o suficiente para cumprir a meta. 

REUTERS/Enrique Marcarian

"Nos últimos cinco anos a quota de veículos elétricos nas vendas de automóveis ligeiros cresceu exponencialmente cerca de 65% - desde 1,6% das vendas em 2018 para 10% das vendas em 2022 – colocando assim este indicador no caminho certo para 2030", lê-se no relatórioEstado da Ação Climática 2023. Quanto a outros seis indicadores, relativos ao fim de energia à base de carbono, reflorestação e revelação dos riscos climáticos pelas empresas, parecem estar no bom caminho, mas ainda não é suficiente. 

REUTERS/Stephen Lam/File Photo

Pelo caminho fica ainda uma tabela enorme de objetivos que estarão a ser postos em prática, mas no sentido contrário aquele que é proposto. Da lista destacam-se por exemplo, a perda de mangues (território que marca o limite entre a terra e o meio marinho); o financiamento total público gasto em combustíveis fósseis; os quilómetros percorridos por veículos ligeiros, ou o desperdício de alimentos, que causa entre 8% a 10% dos gases de efeito de estufa, segundo a ONU.

"O progresso para mais de metade dos indicadores — incluindo os esforços para eliminar o carvão na geração de eletricidade, descarbonizar edifícios e reduzir o desmatamento - permanece bem fora do caminho, de modo que o mundo precisará ver pelo menos uma dupla aceleração nesta década", lê-se.

REUTERS/Stringer (

Embora o número de países com obrigação de dar informações relacionadas com o clima tenha aumentado de 5 para 35 nações, a verdade é que este esforço parece não ser suficiente. "Em 2022, por exemplo, o número de países com divulgações obrigatórias relacionadas com o clima cresceu de 5 nações, que emitem 3% dos gases com efeito de estufa para 35 países que emitem 20% dos gases com efeito de estufa globais. As novas leis da União Europeia e de outros países com emissões elevadas, como a Índia e o Japão, levaram a este aumento anual", aponta o comunicado.

Esta segunda-feira, 20 de novembro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu para que fossem tomadas "medidas espetaculares", e considerou que o aumento do aquecimento do global seria o resultado do "fracasso de liderança".

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