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Variante britânica não causa formas de doença mais graves

Diogo Camilo 13 de abril de 2021 às 09:53

Dois estudos concluem que a variante britânica da covid-19, que representou 83% dos infetados de Portugal em Março, não causa formas mais graves da doença entre pacientes hospitalizados ou doentes com sintomas. Mas o seu R(t) é 1,35 vezes superior, assim como a sua carga viral.

A variante britânica da covid-19, que representou cerca de 83% dos casos de Portugal em março, não é tão perigosa como se pensava. Esta é a conclusão de dois estudos sobre a variante B.1.1.7, publicados na revista científica The Lancet, que concluem que este subtipo do vírus SARS-CoV-2 não causa formas mais graves da doença entre pacientes hospitalizados ou infetados com sintomas, embora se propague com maior rapidez.

Portugal Covid-19 - reabertura esplanadas Lusa

Os dois estudos foram apenas de observação à variante, com o primeiro a ter seguido doentes internados num hospital de Londres e o segundo acompanhou cerca de 37 mil pessoas infetadas com covid-19 que fizeram o acompanhamento de sintomas através de uma aplicação.

Na publicação da The Lancet Infectious Diseases, foram observados 341 doentes admitidos no hospital do University College e no hospital da Universidade de North Middlessex em novembro e dezembro passado. Destes, 198 estavam infetados com a variante britânica B.1.1.7, mas apresentaram uma maior gravidade da doença comparados com outros 143 doentes observados que não tinham a variante britânica, apesar da carga viral observada ser superior.

"Não se detetou prova de uma associação entre a variante e doença mais grave, com 36 por cento dos doentes com a B.1.1.7. a ficarem gravemente doentes e a morrerem, quando comparado com os 38% dos que tinham uma variante diferente", concluíram os investigadores, que reconhecem que é precisa investigação mais aprofundada.

Outro estudo, publicado naThe Lancet Public Health, analisou os dados de quase 37 mil pessoas na aplicação COVID Symptom Study entre setembro e dezembro de 2020, cruzando-os com as análises das autoridades de saúde britânicas para detetar a presença de variantes.

"A análise revelou que não há associações estatisticamente significativas entre a proporção da B.1.1.7. entre regiões e o tipo de sintomas que as pessoas tiveram", concluíram os investigadores.

Investigadores concluíram também que a proporção de pessoas que tiveram casos prolongados de covid-19, com sintomas persistentes, não foi alterada pela presença da variante. No entanto, o índice de transmissibilidade, o R(t) da variante britânica, é 1,35 vezes superior à forma geral do vírus, o que pode explicar a subida deste indicador em Portugal.

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