Cabelos Mágicos fazem sonhar crianças doentes
As cabeleiras, feitas por voluntárias, destinam-se não só a crianças que se encontrem a fazer tratamentos de quimioterapia, mas também às que tenham nascido sem cabelo devido a doenças. Chegam a vários pontos do País e a várias unidades hospitalares.
O projeto Cabelos Mágicos, na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, oferece desde há um ano cabeleiras inspiradas em personagens daDisneya crianças sujeitas a tratamentos de quimioterapia.
"O objetivo é tentarmos diminuir um bocadinho o sofrimento das crianças, que não deviam estar a passar por isto, e tentar fazê-las sentirem-se crianças, que é o que deviam sentir sempre", diz àLusaa responsável do projeto, Maria Miguel.
A voluntária decidiu dar início ao projeto depois de, em dezembro de 2017, ter tido conhecimento de outro do género nos Estados Unidos da América.
"Vi o projeto The Magic Yarn Project do Alasca, noFacebook. Telefonei a mais quatro pessoas e decidimos, em janeiro [de 2018], arrancar com o projeto Cabelos Mágicos", conta.
As cabeleiras, feitas por voluntárias, destinam-se não só a crianças que se encontrem a fazer tratamentos de quimioterapia, mas também às que tenham nascido sem cabelo devido a doenças. Chegam a vários pontos do País e a várias unidades hospitalares.
"Entregamos na casa da Acreditar de Coimbra, na Casa da Acreditar do Porto, noIPOdo Porto, no Hospital de São João, no Porto, no Hospital Pediátrico de Coimbra e na Make A Wish de Lisboa", refere a responsável.
As cabeleiras, que são feitas com "materiais hipoalergénicos, algodão e materiais próprios para bebé", são inspiradas em personagens da Disney à escolha da criança.
"Quando temos alguma encomenda, perguntamos qual é a personagem de que a criança gosta mais. Quando estamos com menos trabalho, fazemos as personagens que normalmente nos pedem mais", explica Maria Miguel.
Quando ao 'feedback' dado pelas crianças e pelas famílias, a responsável explica que "alguns pais mandam fotografias para se ver a alegria dos miúdos com as cabeleiras".
As peças com tranças maiores são as que fazem mais sucesso.
"Eles gostam muito de brincar com elas", refere.
Também o número de pessoas a voluntariar-se à iniciativa tem aumentado. Na terra natal do projeto, a Gafanha da Nazaré (distrito de Aveiro), há "senhoras que ajudam imenso".
"As pessoas que pertencem ao projeto Cabelos Mágicos são cinco. Somos cinco. Depois há muita gente a voluntariar-se para fazer cabeleiras", esclarece Maria.
O centro Palmaz Com Vida e o Centro de Dia do Rossio, da Associação Humanitária Solidariedade Albufeira (Asha de Albufeira) são duas das instituições que têm contribuído para o projeto, com pessoas a voluntariar-se e a enviar materiais.
Este novo ano é de expectativas positivas e de novos planos, nomeadamente a formalização de uma associação sem fins lucrativos que facilite o processo de ajudas voluntárias ao projeto.
"O próximo passo é criar a associação", diz a fundadora, acrescentando que a ideia é "começar a receber donativos e ser mais fácil para as pessoas que estão sempre a perguntar como é que podem ajudar".
O balanço do projeto até agora é positivo, sobretudo tendo em conta a grande ajuda disponibilizada.
"Sem tantas mãos a trabalhar não conseguíamos fazer tantas cabeleiras", afirma a voluntária.
Edições do Dia
Boas leituras!