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Arrancou a campanha de vacinação: Devo vacinar-me contra a Covid?
A resposta é positiva e há vários argumentos de peso: o SARS Cov2 é muito mais transmissível do que a gripe, por exemplo. Além de que, quanto mais livremente circular, maior a probabilidade de se tornar novamente pandémico.
Arrancou na passada terça-feira, dia 23 de setembro, a campanha de vacinação contra a gripe e a Covid-19. Se é verdade que já passaram cinco anos desde a pandemia – e que há esse mesmo tempo que convivemos com o SARS Cov2 –, o certo é que ainda há muito por conhecer sobre a infeção. Mas sobre uma coisa não há dúvidas: deve mesmo fazer a vacina. Mais ainda se pertence a um grupo alvo para o qual se recomenda a vacinação (damos uma ajuda: ambas estão recomendadas a maiores de 60 anos, doentes crónicos e profissionais de saúde).
Muito perigoso?
Tal como o vírus da gripe, o SARS Cov2 não é muito perigoso para a maioria das pessoas. É sobretudo para os mais idosos e imunossuprimidos. Mas, se o pensamento comunitário – ou seja, o pensar proteger as pessoas que estão desprotegidas – por si só não é argumento suficiente, há mais razões de peso para que se vacine. Primeira: “Quanto mais espaço dermos ao vírus, quanto mais livre ele estiver para se multiplicar, maior é o risco de sofrer uma alteração que o torne pandémico de novo”, alerta Miguel Castanho. O investigador consegue ser ainda mais persuasivo. “Quanto mais o deixarmos à solta, tal como o vírus da gripe, mais próximo estamos do SARS Cov3 e, portanto, eventualmente de uma próxima pandemia”, afirma. Outra razão: o problema não é só infetar-se, mas esta doença poder, por si só, predispor a outras infeções. “Por exemplo, na gripe, a questão das pneumonias. Mas o aumento da carga inflamatória também aumenta a probabilidade de eventos cardiovasculares”, chama a atenção Bernardo Gomes. Há ainda uma terceira razão de peso a favor da vacina: a chamada Covid longa – quando as pessoas ficam com sintomas mais duradouros resultantes da infeção.
"Quanto mais o deixarmos à solta, tal como o vírus da gripe, mais próximo estamos do SARS Cov3 e, portanto, eventualmente de uma próxima pandemia."
Miguel Castanho, investigador do Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular
Estas chamadas síndromes pós-virais, arrastadas no tempo, não são exclusivas da Covid. Acontece com muitos outros vírus. Mas na Covid19 há um aspeto que faz a diferença, destaca o especialista em Saúde Pública. “A base populacional de afeção é muito maior. Ou seja, como é muito mais transmissível, as suas consequências são bastante importantes em termos absolutos porque há uma grande número de infeções a ocorrer”, explica. Neste caso, a vacina também confere proteção – diminui a probabilidade de isto vir a acontecer.
Para o médico, há um aspeto que condiciona sempre as vacinações sazonais: é que dependem da perceção de risco por parte da população. Explicação: “Se as pessoas tiverem uma perceção do impacto da doença como menor e não o valorizarem, é natural que exista menos adesão. Por exemplo, após uma época mais leve, em que o impacto se note menos, provavelmente na época seguinte as pessoas pensarão: ‘Então este ano não vou’”, diz. Mas uma boa campanha de esclarecimento pode ajudar, sugere.
O tempo ainda é de ajustes, concordam os especialistas, no sentido de afinar a quem deve ser dirigida a vacina – afinal só passaram ainda cinco anos. Todos os anos há uma revisão das orientações e Portugal está alinhado com o que está a acontecer nos outros países, asseguram. E há ainda a expectativa: “A esperança óbvia é a de que isto se torne menos relevante”, diz Bernardo Gomes.
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