Sábado – Pense por si

O traficante que se tornou influencer

Susana Lúcio
Susana Lúcio 21 de fevereiro de 2024 às 23:00

Arquimedes Nicastro foi condenado, esteve preso e sobreviveu para contar a sua história. Escreveu um livro e tornou-se advogado criminal.

Eram 7h da manhã quando o batalhão de choque da Polícia Militar do estado de São Paulo (ROTA), Brasil, invadiu a casa de Arquimedes Nicastro, em Atibaia. “Pensei que seria morto nesse dia”, conta o então traficante de haxixe no seu canal de YouTube. No dia 4 de maio de 2012, o jovem, então com 27 anos, foi um de uma dúzia de detidos numa grande operação policial contra o crime organizado. Quando chegou à cadeia era famoso. “Passou na televisão e os caras da cela viram: ‘Você é grandão!’”, recorda. Só saiu em 2015 e não regressou ao crime. Escreveu um livro, Lo-Debar (referência à Terra dos Esquecidos da Bíblia), e em 2020 criou um canal de YouTube, que hoje tem 204 mil subscritores, onde conta a sua experiência e quer mostrar os reclusos como seres humanos.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.